O cineasta Fernando Grostein Andrade está “pedindo pelo amor de Deus” que seu irmão, Luciano Huck, não seja candidato à Presidência. Num café do Brooklyn, em Nova York, onde começa a gravar na semana que vem seu primeiro filme de ficção, ele comentou os planos políticos do apresentador da TV Globo.
“Não apoio essa ideia”, disse Grostein Andrade. “Meu irmão é uma pessoa pela qual eu tenho muito carinho, que eu acho que pode contribuir bastante para a vida política do Brasil estando fora da política. Quero ele longe da política e mais perto da família.”
Enquanto o cineasta visitava as locações de seu longa “Abe”, a casa de Huck e sua mulher, Angélica, no Rio, recebia uma enxurrada de celebridades para o casamento da top model brasileira Michelle Alves e o empresário Guy Oseary.
Nas últimas semanas, o apresentador do “Caldeirão do Huck” teve encontros com economistas e empresários animados com sua possível corrida ao Planalto, por acharem que ele representa o pensamento liberal para a economia sem conservadorismo nos costumes.
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Seu irmão, embora não goste dos planos políticos, também acredita que Huck seria mais moderado. “Não acredito nessa visão simplificadora de esquerda e direita”, diz o cineasta. “A primeira pessoa que me levou a uma favela na vida foi o Luciano. Apesar de ele ser amigo de várias pessoas com bastante dinheiro, é uma pessoa que conhece os presídios, conhece as favelas e tem uma visão bastante aberta sobre o mundo e as pessoas. Não acho que ele seja de direita.”
O diretor conta que vem tentando dissuadir o irmão da ideia em conversas nos últimos meses, reiterando que não “apoia, endossa ou acha legal” a ideia da candidatura, que diz ser um “equívoco”. “Falamos sobre isso, sempre comigo pedindo, pelo amor de Deus, para ele não fazer isso.”
Mas o mercado parece discordar. Huck tem sido visto cada vez mais como uma alternativa ao tucano João Doria, o prefeito de São Paulo, que sofre para fazer decolar suas ambições ao Planalto.
Militante da causa LGBT, o cineasta lamentou que “o processo de celebração dos direitos civis e intensificação da cidadania no Brasil parecem estar cada vez mais ameaçados.” (Folhapress)