Em Pernambuco, a candidata à reeleição à Presidência da República pela coligação Com a força do povo, Dilma Rousseff (PT), começou a recuperar os votos perdidos para a postulante da coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva (PSB). É o que aponta o levantamento divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. Apesar da melhora da petista, os pernambucanos continuam divididos entre as duas presidenciáveis.
Na pesquisa estimulada, 43% dos entrevistados disseram que pretendem votar em Dilma e 40%, em Marina. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, o estudo mostra um empate técnico. Nesse caso, a decisão iria para segundo turno. O candidato da coligação Muda Brasil, Aécio Neves (PSDB), obteve 4% das indicações. Eduardo Jorge (PV), pastor Everaldo (PSC), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Luciana Genro (PSOL), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) não pontuaram. Votos brancos e nulos somaram 5%. Outros 7% não souberam responder.
A comparação com as pesquisas anteriores – realizadas em agosto e no início de setembro – mostra que Dilma está recuperando os votos perdidos quando Marina entrou na disputa, substituindo Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto. A petista obteve 35% dos votos, depois subiu para 37% e agora tem 43%. Já Marina tinha 41%, permaneceu com o mesmo percentual e agora caiu para 40%.
“O que percebemos é que Dilma vem numa recuperação de pontos e Marina tem perdido espaço. Isso está acontecendo no cenário nacional e aqui não é diferente”, pontuou o especialista Maurício Romão. Para ele, essa virada no cenário eleitoral a favor de Dilma é fruto de vários fatores. “Houve uma acomodação do eleitor em relação a Marina, passada aquela euforia inicial, de que ela representava a esperança. Mas também a campanha do PT na televisão e no rádio está desconstruindo a imagem de Marina e apontando algumas eventuais incoerências. Há um pouco também da fragilidade argumentativa e ela só tem dois minutos no guia para se defender”, explicou.
O cenário de crescimento de Dilma e de indefinição por empate técnico permanece ao serem considerados apenas os votos válidos – assim como nas eleições oficiais, que desprezam os votos brancos e nulos na contagem. Dilma chega a 49%, Marina, 46%, Aécio, 5% e os outros candidatos juntos somam 1%. Com a margem de erro de dois pontos percentuais, Dilma poderia chegar a 51% e vencer a eleição já no primeiro turno. Mas ela pode também obter um percentual menor entre os pernambucanos, de 47%, e seguir em empate técnico com a socialista.
“Aqui em Pernambuco, há um favoritismo da presidente Dilma para ganhar a eleição por uma pequena margem de votos. Em virtude do seu crescimento nacional, acredito que ela deve vencer”, apontou o cientista político, Adriano Oliveira. Para ele, o enfraquecimento de Marina é notório, mesmo variando dentro da margem de erro. “Claro que nada está definido, até porque as simulações de segundo turno, ainda mostram um embate equilibrado. Mas há, sim, um declínio de Marina, que foi a única que apresentou um programa de governo, que chegou a ser usado até de má fé por outros candidatos”, ressaltou.
Na pesquisa espontânea, quando não são indicadas as opções de candidatos, os presidenciáveis obtiveram os mesmos percentuais: Dilma (43%), Marina (40%), Aécio (4%) e os outros somaram 1%. Os votos brancos e nulos somaram 4% e 8% dos entrevistados não responderam.
Essa pesquisa foi realizada entre os dois 22 e 23 de setembro, com 2480 pessoas da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão Pernambucano. (LeiaJá)