Estar conectado hoje, segundo a ONU, é um direito humano. Há 20 anos, quando poucos tinham esse privilégio, o Brasil e o mundo viam o nascimento daquilo que mudaria tudo. O acesso comercial à rede (antes reservada a computadores em universidades em diversos países) foi o que permitiu o surgimento de enciclopédias abertas, ferramentas de comunicação em diferentes formatos, publicadores de notícias e do comércio eletrônico.
No início, a internet era uma rede que ligava universidades ao redor do mundo. O Brasil, por exemplo, se conectava a outros países através de redes que partiam da Fapesp, do Laboratório Nacional de Computação Científica, no Rio, e da UFRJ. Foi na Conferência Rio-92 que o País teve sua primeira grande experiência online, conectando-se às redes acadêmicas dos EUA. Foi no evento, inclusive, que a Agência Estado, agência de notícias do Grupo Estado, teve sua primeira experiência de cobertura online em tempo real.
Nessas redes, surgiram então os chamados BBS, uma forma rudimentar anterior à web (www) que permitia troca de arquivos e comunicação via correio eletrônico (o bom e velho e-mail). No Brasil, dois se destacaram, o comandado por Paulo Cesar Breim e o outro pelo empresário Aleksandar Mandic.
Foi em 1994 que uma comitiva, com o então superintendente da área de informática da Fapesp, Demi Getschko, negociou os primeiros blocos de IP para o Brasil, que já tinha conquistado anos antes o domínio .br.
No ano seguinte, provedores passariam a oferecer, finalmente, o acesso à ponta final. Era o que faltava. Bancos (Bradesco, Unibanco, Credicard, o antigo Banespa), sites de notícias (como o pioneiro “agestado.com.br”), empresas e organizações (como Itautec, IBM, Tectoy, Chevrolet e Philco) garantiram seu espaço na rede e registraram os primeiros domínios brasileiros.
Em janeiro de 1996, a equipe do recém-nascido Comitê Gestor da Internet registrava 851 domínios. Chegando ao nosso presente, o mês de abril encerrou com mais de 3,6 milhões de “pontos br”.