Coluna do Estadão – Álvaro Bombig
A despeito de enxergarem algum êxito da agenda bolsonarista das ruas e redes sociais na aprovação da MP da Esplanada, militares de alta patente e da ativa avaliam que, neste momento, os protestos convocados para domingo não contribuem para a pacificação do País.
O alerta vem da área de inteligência das Forças. Nos grupos de caminhoneiros, por exemplo, a temperatura está bastante alta. Se os índices de desemprego se mantiverem elevados e a sensação de um Brasil estagnado persistir, o ambiente estará propício para radicalizações, alertam.
Nos grupos dos caminhoneiros, há muita reclamação relativa às condições de trabalho. Circulam vídeos mostrando motoristas drogados. “Olha o perigo que corremos”, diz uma das mensagens, com emojis raivosos.
Para um ex-ministro da Educação, a crise nas universidades ainda manterá potencial aglutinador. Segundo ele, paixão e falta de dinheiro põem as pessoas nas ruas, e o discurso do presidente em favor de cortes e contra os manifestantes é gasolina pura.
Pavio… Enquanto militares na ativa e de alta patente tentam manter certa distância das manifestações de domingo, generais da reserva ainda falam grosso.