Jornal O GLOBO – Parte dos integrantes da cúpula dos partidos de Centrão que articulam uma candidatura de oposição para 2026 critica a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de indicar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho mais velho, como candidato a presidente nas eleições do ano que vem.
Há um entendimento que o parlamentar não terá o apoio de partidos de centro, como União Brasil, PP, Republicanos e PSD, já que a avaliação predominante nessas legendas é de uma rejeição a qualquer candidatura que tenha o sobrenome Bolsonaro.
Um presidente de um desses partidos diz, em condição de anonimato, que a candidatura de Flávio não deixa muitas alternativas para os partidos de centro, e que agora o caminho mais provável é que alguns desses partidos fiquem neutros na eleição presidencial e foquem em fazer um grande número de deputados federais e senadores.
As legendas desejavam construir um acordo para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse o candidato ao Palácio do Planalto, mas agora tendem a abandonar essa ideia porque consideram quase impossível que Tarcísio se candidate sem o apoio do ex-presidente, de quem ele foi ministro e deve boa parte de seu capital político.
A ideia de apoiar Flávio tem sido descartada por uma avaliação de que o parlamentar, assim como qualquer integrante de sua família, carregue a rejeição do bolsonarismo. Também dizem que Flávio não pontua tão bem nas pesquisas eleitorais quanto Tarcísio.
O filho mais velho do ex-presidente tem interlocução com vários presidentes de partidos do Centrão, como os do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, mas o grupo ainda prefere um nome que não seja da família Bolsonaro.
Mais cedo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta sexta-feira ao GLOBO que a palavra de Jair Bolsonaro sobre a sucessão presidencial e a indicação de seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto será respeitada.
Flávio disse a aliados nesta semana que o seu pai o escolheu como candidato do grupo para a Presidência em 2026.
A afirmação foi feita após uma visita de Flávio ao pai na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde Bolsonaro está preso.