O PT ignorou a condenação de Lula em segunda instância e vai levar às últimas consequências a candidatura dele a presidente da República em outubro próximo. No dia seguinte à condenação, o partido fez um ato público no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, para “convidar” o ex-presidente para ser candidato.
E ele de pronto “aceitou” o convite. Agora, após o STJ negar um pedido de habeas corpus preventivo ao líder petista, a fim de impedir que ele seja preso, o PT acelerou o lançamento de sua candidatura. Será no próximo dia 7, em Belo Horizonte, capital de Minas, Estado governado pelo petista Fernando Pimentel. O partido não aceita o ex-presidente fora da disputa e usa como argumento até a última pesquisa do Datafolha segundo a qual, se ele ficar fora do páreo, o percentual de votos brancos subiria para 36%, algo nunca visto em nossa história.
O PT tenta encurralar a Justiça Eleitoral com base no “fato consumado”, ignorando o fato de Lula já encontrar-se inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, mas pode estar cometendo um grande equívoco. Deveria seguir os conselhos do professor David Fleischer (UNB) no sentido de preparar o seu “plano b”, pois se a candidatura do ex-presidente for indeferida, em setembro próximo, quando o partido requerer o seu registro no TSE, o substituto dele, seja Jaques Wagner ou Fernando Haddad, teria apenas três semanas para botar o bloco na rua.