Inauguração da Via Mangue é marcada por discursos amenos…

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

A cerimônia de inauguração da pista leste da Via Mangue, realizada nesta quinta-feira (21) com a presença da presidente Dilma Rousseff, foi assinalada por discursos pacíficos, tanto em cima do palanque como nos bastidores. Apesar do clima de disputa de “torcida” na plateia, quando a militância convidada do PT e do PCdoB gritava por “Dilma” e a do PSB bradava por “Geraldo”, no palco, palavras conciliatórias quase não deixavam transparecer a tão falada briga pela paternidade do projeto.

Em seu discurso, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, fez questão de exaltar, mais de uma vez, a participação das gestões anteriores no projeto. “Uma obra desse tamanho não se faz pelas mãos de uma pessoa. Ninguém vai se arvorar e dizer que construiu isso sozinho, isso seria muita injustiça. Essa obra se deu pelas mãos de muita gente. Os prefeitos que me antecederam, pelo menos três deles, também tiveram papel importante: Roberto Magalhães, João Paulo e João da Costa”, disse.

Geraldo também aproveitou para agradecer o apoio da presidente Dilma Rousseff para a execução da obra. “Em nome do povo do Recife, a Prefeitura do Recife agradece ao Governo Federal a parceria e o empenho para que a Via Mangue se tornasse realidade”, acrescentou.

A presidente também ressaltou a parceria entre Governo Federal e Prefeitura do Recife e, além de mencionar os gestores envolvidos no projeto, aproveitou para exaltar o ex-presidente Lula. “Eu não poderia aqui deixar de mencionar um pernambucano que foi e que é, foi presidente do país e que é pernambucano de coração, alma, que é o presidente Lula”, afirmou.

Dilma aproveitou discurso para pedir um armistício à oposição. “Além de concreto armado, o que temos aqui na Via Mangue são ações em conjunto (Prefeitura e Governo Federal) e persecução de objetivos. Precisamos desta ação em comum e de mais entendimento, sem o perigo de perder a liberdade de se manifestar”, frisou, depois de afirmar que a democracia oferece essa flexibilidade.

Continua…

BASTIDORES

Fora do palanque e sempre lembrado nos discursos, o ex-prefeito do Recife João Paulo alegou que seria “atípico” se as falas dos gestores fossem diferentes do que foram. “Acho que é um gesto democrático, o reconhecimento não só a mim, mas aos outros ex-prefeitos, como Roberto Magalhães, que teve a ideia do projeto”, disse.

A deputada estadual Teresa Leitão (PT) ressaltou o respeito entre os que falaram ao púlpito. “É importante realçar que a relação institucional, quando ela é bem feita, quando ela tem como foco a vida da população, ela consegue enveredar pelo caminho positivo”, disparou.

Para ela, a disputa de gritos entre as militâncias do PT e do PSB já era esperada. “Acho que isso é natural. O clima foi de respeito, isso é o que importa. Houve respeito em todas as falas de todas as autoridades”, pontuou.

O presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, compartilhou da mesma opinião da petista sobre as militâncias. “Foi natural a vinda das pessoas, de alguns militantes nossos, mas acho que essa não foi a tônica do evento. Quem estava liderando o evento, o prefeito, o governador, a presidenta e os ministros não deram essa tônica. Esse viés da política não prevaleceu”, disse.

Para ele, o clima de campanha passou longe do evento. “Quis o destino que Geraldo Julio concluísse e entregasse essa importante obra pra cidade do Recife. Acho que o clima hoje foi de muita unidade, compreensão do que representa isso para a cidade. Aqui não foi um palco de campanha politica, mas foi um palco de demonstração dos gestores públicos de responsabilidade com a cidade”, acrescentou Sileno. (Blog do Jamildo)