No segundo mandato de senador, Humberto Costa reina absoluto no PT de Pernambuco desde a década de 80 quando chegou no estado. Para isso, ele tentou sem sucesso os cargos de prefeito do Recife, governador de Pernambuco e senador. Mas em alguns momentos ficou latente o seu egocentrismo no PT. Em 2000, por exemplo, ao ser derrotado para o Senado em 1998, abdicou de ser candidato a prefeito porque achava que era impossível derrotar Roberto Magalhães, cedeu espaço para João Paulo, que acabou vitorioso.
Nas eleições de 2002 foi candidato a governador, e acabou igualmente derrotado. Em 2006 tentou pela segunda vez o governo, depois de passar pelo ministério da Saúde, e foi novamente derrotado na disputa que elegeu Eduardo Campos. Até que em 2010, pela primeira vez conquistou uma vitória em disputa majoritária. Naquela ocasião não tinha como ele não ser eleito, ainda assim não foi o mais votado do pleito, que tinha duas vagas.
Porém, foi em 2012 que Humberto mostrou que pensa somente no seu projeto pessoal, quando patrocinou a maior confusão da história do PT de Pernambuco que retirou João da Costa do processo eleitoral. Naquela ocasião, Humberto “matou” duas lideranças do PT, o primeiro foi João da Costa, que foi impossibilitado de tentar a reeleição, o segundo foi Maurício Rands, que disputou as prévias com João da Costa, que acabou sendo derrotado pelo então prefeito. Rands ciente do papelão de Humberto, não só deixou o PT como renunciou ao seu mandato de deputado federal.
Nas eleições de 2018, Humberto utilizou Marília Arraes como boi de piranha para oficializar sua aliança com o PSB. Marília foi uma isca que fisgou o partido de Paulo Câmara, que não só lhe garantiu uma vaga na chapa majoritária como o posto de mais votado para o Senado da eleição. Não se dando por satisfeito, Humberto já aponta, através de Dilson Peixoto, para uma aliança com o PSB no Recife em 2020, consequentemente limando Marília Arraes da disputa, que foi a única deputada federal eleita e a segunda mais votada de Pernambuco.
A sinalização de Humberto para a aliança com o PSB evidencia que aos 62 anos, e certamente próximo do final da sua carreira política, uma vez que ao terminar o atual mandato de senador terá cerca de 70 anos, ele não quer falar para o futuro do PT, que por suas ambições perdeu quadros importantes como Maurício Rands e João Paulo, e certamente poderá perder Marília Arraes, que se continuar no partido estará fadada a viver a reboque do projeto de Humberto. (Edmar Lyra)