A humanidade convive há mais tempo do que se imaginava com o vírus do papiloma humano, o HPV, causador do câncer de colo de útero, ou câncer cervical. Um novo estudo acaba de sugerir que as primeiras infecções pelo vírus HPV ocorreram há mais de 500 mil anos. As infecções atingiram indivíduos do gênero humano pertencentes à espécie ancestral comum do homem moderno, dos neandertais da Europa e dos denisovanos da Ásia.
Esta é a conclusão do estudo genético desenvolvido no Instituto Catalão de Oncologia (ICO), em Barcelona, na Espanha. O trabalho foi publicado pela Molecular Biology and Evolution e é assinado pelos pesquisadores Ville Pimenoff e Ignacio Bravo, do ICO, e pela bioquímica brasileira Cristina Mendes de Oliveira, do Hospital do Câncer de Barretos.
Entre 2013 e 2014, Cristina estagiou no ICO dentro do seu projeto de pós-doutoramento no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT) da USP, que contou com apoio da Fapesp.
A família de papilomavírus compreende mais de 200 tipos de vírus, que se encontram espalhados pelo mundo. Todo ser humano sofre, em algum momento da vida, pelo menos uma infecção causada por algum tipo de vírus HPV. Em sua imensa maioria, os casos são assintomáticos.
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