A Frente das Oposições talvez não tenha tomado uma decisão certa ao descartar o deputado Sílvio Costa como companheiro de chapa de Mendonça Filho para a disputa das duas vagas de senador. Sílvio, em que pese o seu “lulismo exacerbado”, como se diz por lá, seria útil ao palanque por ter um discurso contundente contra o governo, sem apelar para “baixarias”, e uma técnica para fazer entender-se pela média dos eleitores como nenhum outro político pernambucano tem. Além disso, daria graça e “ânimo” a essas forças, que tentam conquistar pela segunda vez o Palácio do Campo das Princesas. No entanto, elas chegaram à conclusão de que não deveriam colocá-lo na chapa a fim de reservar a segunda vaga de senador para uma eventual aliança com o PP (que está descartada) ou com o PSC (que ainda é possível).
Sílvio não passou recibo do descarte e lançou-se “candidato avulso” a senador, empunhando a bandeira do “lulismo”. Quanto à vaga de vice-governador, que também permanece indefinida, há um candidato natural para ocupá-la depois que o deputado Bruno Araújo excluiu-se dela: o ex-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho, de tradicional família sertaneja e tão bom de discurso quanto o pai, o saudoso ex-deputado Osvaldo Coelho, que se entregou de corpo e alma durante cerca de meio século à defesa das causas nobres do semiárido nordestino. O filho montado num mandato daria continuidade à luta do pai. Ele é filiado ao PSDB, partido que deverá fazer a indicação do vice, e não convidá-lo para essa vaga poderá ser um segundo erro tático das oposições nessa maratona difícil pela conquista do governo estadual. (Por Inaldo Sampaio)