O presidente da Colômbia, Ivan Duque, e o presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Juan Guaidó, proclamado por ela “presidente encarregado” do país há exatamente um mês, reiteraram em coletiva na cidade colombiana de Cúcuta que a ajuda doada por vários países “vai entrar” neste sábado na Venezuela apesar do fechamento da fronteira, e responsabilizaram o presidente Nicolás Maduro “por qualquer ato de violência que possa ocorrer”.
— Esta é uma ação pacífica que busca salvar vidas… faço um apelo ao povo para que continue assim, com calma e firmeza para garantir o avanço da ajuda humanitária — declarou Guaidó, em frente ao centro de estoque de alimentos e
Em Cucuta, dez caminhões tentarão atravessar a fronteira fechada na véspera por Maduro. Em paralelo, ONGs locais contam com a colaboração de voluntários individuais que já estão na fronteira esperando ordens para forçar uma entrada no território venezuelano levando alimentos e remédios.
Na ponte Simón Bolívar, mostrou o canal de TV digital VPI, os voluntários e integrantes das ONGs envolvidas na ação liderada por Guaidó conversam com agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), tentando convencê-los a liberar a entrada dos produtos. Em algumas das imagens, voluntários e policiais chegaram a se dar as mãos, em gesto conciliador que poderia indicar a intenção de alguns agentes das forças de segurança de liberar o ingresso da ajuda internacional.
— Exigimos que se permita a entrada da ajuda de forma pacífica no território venezuelano. Impedir que isso aconteça é atentado aos direitos humanos — declarou o presidente colombiano.
Duque assegurou, ainda, que “Nicolás Maduro será o responsável de qualquer ato de violência”:
— Pedimos às Forças Armadas que se coloquem do lado correto da História.
O presidente da AN voltou a fazer um apelo aos militares.
— Forças Armadas, bem vindas ao lado certo da História — afirmou o “presidente interino” do país, que disse ter conseguido entrar à Colômbia graças à colaboração de militares.
Guaidó também pediu aos “chavistas que ajudem a acabar com a usurpação (do poder) e a que chegue a nosso país a ajuda humanitária”.
Mais cedo, houve choques entre militares e civis que tentavam cruzar a ponte Francisco de Paula Santander, uma das quatro que ligam a Venezuela à Colômbia na região de Cúcuta. Os militares lançaram gás lacrimogêneo, e manifestantes lançaram pedras e garrafas, além de montar barricadas com pneus queimados. Dois ônibus foram incendiados.