Governo pede ao operador do sistema elétrico que reavalie o retorno do horário de verão

g1 – O Ministério de Minas e Energia (MME) pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que reexamine a necessidade de um eventual retorno do horário de verão. O pedido foi feito no dia 19 de agosto, segundo informação divulgada primeiro pela agência de notícias Argus Media, com base em fontes do ministério, e confirmada pelo ONS em nota encaminhada à imprensa.
Também em nota, o ONS disse que não há expectativa de adoção do horário de verão neste ano. No entanto, o operador não informou se o estudo foi concluído e se está descartado o retorno do mecanismo também em 2023. Esta é a segunda vez que o Ministério de Minas e Energia pede estudos para avaliar eventual retorno do horário de verão, extinto pelo próprio governo Bolsonaro em 2019. 
No ano passado, diante da crise energética, o governo já havia pedido para que o operador reavaliasse eventual retorno do horário de verão, mas, na época, o ONS não identificou benefícios relevantes.
Neste ano, o assunto voltou à tona este mês. Segundo o ONS, o pedido do governo aconteceu em uma reunião técnica, em 19 de agosto, para falar sobre as condições de atendimento da demanda de energia em 2022.
“Na ocasião, o ONS não apresentou nenhuma avaliação ou estudo sobre o Horário de Verão, todavia o MME solicitou uma reavaliação sobre o tema, tendo em vista o deslocamento da demanda máxima (que, atualmente, ocorre no meio da tarde) decorrente da crescente participação da geração solar distribuída [geração de energia elétrica no próprio local de consumo usando como fonte de energia o sol]”, diz o operador em nota. “Observa-se que não há expectativa de adoção do horário de verão em 2022”, completa o ONS.
A demanda máxima é como é chamado o horário de pico, quando aumenta substancialmente o consumo de energia no país. O deslocamento abordado na nota consiste no fato de que antigamente, o horário de pico era à noite, mas nos últimos anos passou para o turno da tarde, com o crescente uso dos aparelhos de ar-condicionado, entre outros motivos.
Já o Ministério de Minas e Energia apenas disse, por meio de nota, que é “realizada constantemente a avaliação técnica das melhores medidas disponíveis, de acordo com o contexto energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade tarifária ao consumidor brasileiro”.