O governo federal espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) anule a vitória ontem (8) da chapa oposicionista para a composição da comissão especial que analisará a abertura ou arquivamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Nesta terça-feira (8), o PCdoB recorreu à Suprema Corte para derrubar a chapa da oposição e para evitar que a eleição fosse secreta. O caso será analisado pelo ministro Luiz Edson Fachin. Caso a eleição não seja cancelada, o PT pretende fazer uma ofensiva jurídica para reverter o resultado.
Para o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), o processo para a eleição da chapa está “viciado” ao ter sido realizado em uma manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com os partidos de oposição.
“O processo está viciado e temos de fazer algo para barrar essa situação. Isso aqui não é um jogo de Fla-Flu e não pode ficar desse jeito”, disse. “Nós esperamos reverter isso na Suprema Corte”, acrescentou.
Na avaliação do líder do governo na Casa Legislativa, José Guimarães (CE), o resultado não reflete hoje o apoio na Câmara dos Deputados ao governo federal e ressaltou esperar que a “Suprema Corte restabeleça a ordem”.
Um dos vice-líderes do governo, deputado Silvio Costa (PSC-PE), afirmou que o número de 199 votos obtidos pelo governo é um “piso”, e não o teto. Embora reconheça que tenha sido uma derrota, ele diz que o número mostra que “a base do governo está consolidada” e que, com o voto aberto, a tendência é que mais gente vote a favor da presidente. “A intenção era só dar um susto no governo”, disse.
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), classificou de “acachapante” a derrota governista e disse que isso dá mais força à oposição para buscar o apoio da sociedade.
O deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos mais ferrenhos adversários do governo federal, disse que o resultado reflete o “sentimento de fora Dilma na Casa Legislativa” e afirmou que a votação obtida pela oposição deve crescer nas próximas etapas do impeachment.