Por Houldine Nascimento – interino/Blog Magno Martins
Sob a justificativa de evitar o avanço de doenças respiratórias, o Governo de Pernambuco divulgou novas restrições no plano de convivência, mas não trouxe uma definição sobre o período carnavalesco. As medidas entram em vigor a partir da próxima sexta-feira (14) e se estendem até o dia 31 deste mês.
O passaporte vacinal passa a ser exigido ao público para ter acesso a serviços de alimentação, cinemas, teatros e museus. Quem tem até 54 anos precisa comprovar que completou o ciclo de vacinação contra a Covid-19, enquanto as pessoas acima de 55 anos terão de atestar que receberam a dose de reforço.
A expectativa maior girava em torno dos eventos privados. Com as novas determinações, até três mil pessoas estão autorizadas a comparecer, desde que apresentem o exame negativo para o coronavírus, além do comprovante vacinal. A grande pergunta é se o Governo terá condições de fiscalizar essas festas?
No último sábado (8), demonstrou não ter em festivais de música que reuniram milhares de pessoas nas praias de Ipojuca e Tamandaré, no Litoral Sul do Estado. A aglomeração tomou conta com o público sem máscara, favorecendo a proliferação da Covid-19 e da Influenza A. O Governo passará por um novo teste com shows programados para o próximo fim de semana.
O momento é bastante crítico. Dados da Secretaria Estadual de Saúde atestam que 85% dos leitos de terapia intensiva estão ocupados. Enquanto isso, o Governo tenta se equilibrar para não irritar o setor de eventos, tão penalizado na pandemia. A redução da capacidade máxima de 7,5 mil para 3 mil pessoas mantém o patamar elevado.
Isso faz lembrar o romance italiano “O leopardo”, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, e que foi adaptado para o cinema pelas mãos do lendário Luchino Visconti. A certa altura, o Príncipe de Falconeri brada: “Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”