Após pressionar a bancada do PT, oferecer quase 50 cargos de segundo escalão a aliados e ameaçar fazer um corte radical no orçamento, o Governo Dilma Rousseff conseguiu passar no Legislativo a primeira medida provisória do pacote de ajuste fiscal elaborado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Depois de dois dias de intensos debates e negociações, os deputados federais aprovaram na noite desta quarta-feira a medida provisória 665, que altera as regras para obtenção do seguro desemprego. A principal mudança é no tempo mínimo para o trabalhador requisitar do benefício caso seja demitido de seu emprego, que subirá de seis meses para doze. O placar foi apertado, 252 votos a favor e 227 contra.
O próximo desafio da gestão Rousseff é aprovar a MP 664, que trata das pensões de trabalhadores e também tramita na Câmara. As negociações são acompanhadas de perto por operadores do mercado e agências de risco, que querem se certificar que a presidenta, com popularidade em baixa e com a base parlamentar rarefeita, é capaz de entregar o ajuste fiscal que seu ministro da Fazenda prometeu. Juntas, essas duas medidas devem significar uma economia de 15 bilhões de reais ao Governo.