O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse ontem (11) que o governo desistiu da proposta de estender o horário de verão. De acordo com ele, estudos indicaram que a economia de energia gerada nesse período seria muito pequena e, portanto, não valeria a pena. A decisão foi tomada durante uma reunião entre Braga e a presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
O governo estudava ampliar em um mês o horário de verão, que está em curso desde o dia 19 de outubro com previsão de término em 22 de fevereiro, para economizar energia.
A possibilidade foi analisada diante do cenário atual de crise do setor elétrico, com os índices de chuva abaixo do esperado nos últimos meses e queda acentuada no nível de água nas represas das principais hidrelétricas do país.
De acordo com o ministro, com o fim do verão cada vez mais próximo, boa parte do país passa a ter noites mais longas. Assim, se estendido o horário de verão ao longo do mês de março, o consumo de energia durante a manhã aumentaria, reduzindo muito o ganho com a economia no período da tarde, que já seria pequeno.
“A razão pela qual não vale a pena a prorrogação do horário de verão é que parte do Brasil ficaria escura pela parte da manhã e nós teríamos, portanto, mais consumo de energia pela parte da manhã. Em que pese, na parte da tarde, nós pudéssemos ter um ganho de energia, que seria mais importante se a ponta de carga estivesse se confirmando”, disse Braga a jornalistas após se reunir com a presidente.
O ministro também mencionou que a prorrogação do horário de verão implicaria na necessidade de ajustes no setor de aviação civil, mas não informou quais. Segundo ele, isso também pesou na decisão do governo de desistir da proposta.
Economia de 4,5%
O horário de verão está em curso em onze estados das regiões Sul e Sudeste, mais o Distrito Federal. O governo espera reduzir em 4,5% o consumo de energia no horário de pico.
Em entrevista ao Jornal Nacional na última quinta-feira (5), Braga afirmou que, para enfrentar o problema da falta de chuvas, contará com a energia gerada pela termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, que tem potência instalada de 640 megawatts.
Em 2013, o governo afirmou que só recorreria à energia de Uruguaiana em caso de extrema necessidade. Para a termelétrica entrar em operação, a Argentina tem que autorizar a utilização de um gasoduto. A empresa responsável por Uruguaina afirmou que espera para este mês o fornecimento de gás para a usina voltar a funcionar.