O governo decidiu manter acionadas usinas térmicas mais caraspara preservar os reservatórios hídricos, em meio a uma crescente seca nas bacias da região Sudeste.
A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária realizada sexta-feira (31). Esse acionamento de usinas mais caras – o chamado despacho fora da ordem de mérito – não ocorria desde o fim do ano passado.
O custo maior com o acionamento dessas usinas é repassado ao consumidor. Além das bandeiras tarifárias (adicionais na conta de luz que variam mês a mês), esses gastos são levados em conta nos reajustes tarifários anuais das distribuidoras – que, neste ano, chegaram a taxas de dois dígitos. O acionamento é controlado pela ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que dá preferência às usinas mais baratas e tem um limite de quantas térmicas podem ser ligadas, o que evita uma alta ainda maior ao consumidor.
Em geral, o órgão só aciona as usinas com preços abaixo do custo médio da operação -espécie de “preço de corte”, em que só as usinas mais baratas podem ser ligadas. Porém, esse “preço de corte” teve uma queda forte no último mês, e muitas usinas que estavam em funcionamento teriam que ser desligadas. O valor caiu de R$ 766,28 por MWh (megawatt-hora) para R$ 472,16 por MWh nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul e Nordeste. O temor da ONS é que, com o desligamento, a situação das bacias hídricas poderia se agravar ainda mais. Em nota sobre o tema, o Ministério de Minas e Energia também pediu que os consumidores economizassem energia. (FolhaPress)