Governistas não veem espaço para reforma ser feita em PE…

Prefeitos pernambucanos ainda apostam na inclusão de estados e municípios na Reforma da Previdência encaminhada pelo Governo Federal. Mas, caso a mudança não ocorra, nos bastidores do Palácio das Princesas, há quem alerte ser inviável o encaminhamento de uma reforma aqui. “Se não passar em cima, não vai ter embaixo”, vaticina um palaciano em reserva, lembrando que 2020 já é ano eleitoral. Na Casa de Joaquim Nabuco, um parlamentar faz análise semelhante: “Não há disposição de encaminhar isso aqui não, não há essa previsão”. O governador Paulo Câmara tem dito ser a favor de uma reforma da previdência, mas discorda do formato adotado no Congresso Nacional. Ele não participou da reunião na qual o PSB fechou questão, anteontem, contra a PEC. Foi a segunda reunião do diretório nacional do partido a fechar questão sobre o assunto. Em abril, o PSB se reuniu e fechou questão em relação ao resultado da CCJ, mas a referida resolução previra que o diretório voltaria a se reunir para apreciar o relatório quando ele fosse “apresentado na Comissão Especial”.

A reunião dos socialistas deu-se anteontem. Pessoas próximas do governador avaliam que, além das atribuições que impediram Paulo Câmara de comparecer, a ausência dele no encontro do diretório também não deixa de ser uma forma de ele “se manter equidistante do processo”. Leia-se: desde a primeira reunião do diretório, em abril, os governadores da sigla pretendiam ter uma margem para negociar a reforma junto ao governo, considerando a situação fiscal dos estados. Não estar presente, então, diz um aliado do governador, é também um modo de não deixar digital nesse fechamento de questão. A mesma fonte lembra que a ideia original era liberar a bancada. Mas como os principais partidos de esquerda fecharam questão contra, não dava para o PSB, que integra o bloco, “ficar sozinho segurando o pincel”. (Renata Bezerra/Folha de Pernambuco)