Depois de uma peregrinação pela Câmara dos Deputados e Senado, o sentimento entre os governadores foi de que o impeachment da presidente Dilma é uma questão irreversível. Eles estiveram ontem, em Brasília, para mais uma rodada de debates sobre a renegociação da dívida dos estados com a União. A ida ao Congresso Nacional, onde fervem as articulações em torno do impedimento da petista, teve o objetivo de conseguir apoio dos parlamentares ao projeto de lei que trata do alongamento da dívida dos estados.
O governador Paulo Câmara (PSB), que até então evitava falar mais claramente do impeachment, desta vez foi mais incisivo. Na avaliação dele, os fatos contra a presidente são “muito graves” e, se comprovados, tornam “muito difícil” a continuidade dela no governo.
Câmara disse, ainda, que o PSB deverá sair unido “nesse processo em favor do Brasil”, lembrando que, em dezembro, criticou a forma como o atual processo de impeachment de Dilma foi aberto. Segundo ele, na época, a medida mostrou “claramente um processo onde a chantagem foi colocada como primeira questão, independentemente da análise dos fatos”, frisou, referindo-se as manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para usar o impeachment em retaliação ao Palácio do Planalto. “ Hoje tem muito mais fatos. Não se trata só de pedaladas e sim de outros episódios que precisam ser responsabilizados”, ponderou o socialista. (Diário de Pernambuco)