Por Magno Martins
Na mesma semana em que deu o start da consulta aos partidos da Frente Popular quanto ao nome para disputar a sua sucessão pelo PSB, o governador Paulo Câmara jogou outra pá de cal na propalada candidatura de Geraldo Júlio como alternativa natural. “A gente tem que respeitar a posição dele. Ele é secretário de Desenvolvimento Econômico e tem nos ajudado no Plano de Retomada e com certeza vai ajudar na construção das candidaturas”, disse o governador em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Lá atrás, Câmara já havia reiterado, em duas oportunidades, à própria mídia pernambucana, o que falou ao jornal paulista. Se o governador, que é o condutor do processo da sucessão dentro da Frente Popular, está afirmando, mais uma vez, que o ex-prefeito recifense não quer e não será, não tem mais o que se discutir. Aos mais ansiosos, que acham que perdem espaço para a oposição, só resta relaxar, tomar muito Lexotan e aguardar o desfecho das articulações do governador para o final do mês, no mais tardar início de fevereiro.
Se Geraldo está, definitivamente, de fora, só restam Tadeu Alencar ou Danilo Cabral, deputados federais, e Zé Neto, secretário do Governo, o preferido do governador. Em seu blog em O Globo, Lauro Jardim noticiou, na última segunda-feira, que o candidato escolhido seria Danilo Cabral. Um prefeito do Sertão me disse, ontem, que Danilo deixou vazar para ele que já estava escolhido candidato.
Passa no crivo da Frente Popular? Um presidente estadual de uma legenda da base governista, que pediu off por razões óbvias, assim reproduziu o seu sentimento quanto ao nome de Danilo: “Se for Danilo, vou falar para Humberto Costa ser candidato e até topo ser o seu vice”. E acrescentou: “Nas três passagens como secretário, Danilo não dialogou com ninguém, pisava em todo mundo com a arrogância própria da sua personalidade”.
Tadeu também não é flor de cheiro entre os seus próprios companheiros de bancada, mas pode ter um diferencial nesse duelo porque tem o apoio do clã Campos, leia-se o prefeito João Campos e sua poderosa mãe Renata. O nome que agrega mais, sem arestas em todos os segmentos da Frente, desde a base de apoio na Alepe, passando pela bancada federal e o conjunto dos prefeitos, é o secretário de Governo, Zé Neto.
O governador, entretanto, não tem a força de um Golias para dar o murro na mesa e declarar Neto como o candidato. Se assim o fizer, corre o risco de implodir o PSB, a ponto de provocar, inclusive, um indesejado bate chapa na convenção da escolha do candidato.