Correio Braziliense
O general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, abordou, em entrevista à revista Veja, a possibilidade de as Forças Armadas brasileiras darem um novo golpe, como fizeram em 1964. O ministro disse que os comandantes do Exército acham “ultrajante” tal acusação, porém deixou um alerta: “Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”.
“Fui instrutor da academia por vários anos e vi várias turmas se formar lá, que me conhecem e eu os conheço até hoje. Esses ex-cadetes atualmente estão comandando unidades no Exército. Ou seja, eles têm tropas nas mãos. Para eles, é ultrajante e ofensivo dizer que as Forças Armadas, em particular o Exército, vão dar golpe, que as Forças Armadas vão quebrar o regime democrático. O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”, afirmou Ramos na entrevista, publicada nesta sexta-feira (12/6).
Ramos disse ainda à revista que foi disfarçado à manifestação contra Bolsonaro realizada no domingo (7/6) em Brasília e anunciou a decisão de se aposentar e ir para a reserva. O motivo seriam as críticas que recebeu por ter aparecido ao lado de Bolsonaro em um ato pró-governo.
“Não tenho direito de estar aqui como ministro e haver qualquer leitura equivocada de que estou aqui como Exército ou como general. Por isso, já conversei com o ministro da Defesa e com o comandante do Exército. Devo pedir para ir para a reserva. Estou tomando essa decisão porque acredito que o governo deu certo e vai dar certo. O meu coração e o sentimento querem que eu esteja aqui com o presidente.”