O PSB enfrentou muitas dificuldades desde a morte de Eduardo Campos e a vitória de Paulo Câmara. Durante três anos do governo, Paulo teve uma elevada rejeição dos pernambucanos ao seu trabalho, primeiro pela crise que diminuiu fortemente a capacidade de investimento do estado, depois por conta dos problemas na segurança que deixaram o governo em situação difícil perante o eleitor.
Como se não bastasse a baixa avaliação, Paulo Câmara ao longo do seu governo perdeu aliados, dentre eles o senador Fernando Bezerra Coelho e os deputados federais Fernando Filho, Mendonça Filho e Bruno Araújo, que chegaram a assumir ministérios no governo Michel Temer. O senador e os ministros decidiram se aproximar de Armando Monteiro, que estava isolado e encontrava resistências para receber o apoio do PT.
Para completar o desafio de Paulo Câmara, na pré-campanha, o governador viu a pré-candidatura de Marília Arraes tomar corpo e ameaçar a sua reeleição. Paulo conseguiu amarrar o PT, e ainda evitar que o MDB fosse para as mãos do senador Fernando Bezerra Coelho, o que daria uma grande dificuldade de Paulo Câmara na busca pela reeleição porque ficaria com menos tempo que seus opositores.
Diante das circunstâncias, o governador se viu obrigado a formar uma chapa antagônica, com Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa na disputa pelo Senado, e Luciana Santos, que havia ficado na quarta colocação para a prefeitura de Olinda na eleição municipal, que por sinal chamou a atenção com a perda de cidades importantes como Petrolina, Jaboatão dos Guararapes, Caruaru, Ipojuca, Araripina, Belo Jardim e Camaragibe que ficaram nas mãos de seus adversários.
Mesmo diante de tantas adversidades, Paulo Câmara enfrentou seu adversário de 2014, que estava com um grupo muito mais robusto do que na eleição passada, e liderou de ponta a ponta na eleição. A divulgação do Ibope ontem apontando doze pontos de vantagem deu a tranquilidade necessária para a Frente Popular tentar garantir a reeleição do governador no próximo domingo.
A disputa pelo Senado evidenciou igualmente a força da Frente Popular com a liderança isolada dos dois nomes da chapa, Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa, que atingiram 33% das intenções de voto e abriram treze pontos de vantagem sobre o terceiro colocado, Mendonça Filho, que caiu no levamento. Faltando quatro dias para a eleição, não há indícios de virada na disputa de senador, porque historicamente é o governador que puxa os senadores, e a tendência é de os votos dos senadores se aproximarem da votação de Paulo Câmara. Se confirmar o favoritismo e vencer no próximo domingo, Paulo Câmara terá a sua consolidação como liderança política de Pernambuco, que teve essa condição colocada em xeque durante todo o seu primeiro mandato. (Edmar Lyra)