Por: João Victor Paiva/Diário de Pernambuco – Favorito nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula (PT) evita o clima de “já ganhou” e busca firmar o apoio do PSB à sua candidatura o quanto antes. Em entrevista ao Diario de Pernambuco e à Rádio Clube nesta quarta-feira (9), o petista acenou para aos antigos aliados e mencionou a importância do partido em Pernambuco.
“Para nós é muito importante a aliança com o PSB. É muito importante porque nós temos um projeto nacional. Não é apenas um projeto de Recife, é um projeto igual para o Brasil inteiro; envolve estados importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia… Ou seja, então é preciso a gente estar junto em Pernambuco, [que] é um estado em que o PSB tem maior força política, tem maior organização política, tem a maior quantidade de deputados, a maior quantidade de prefeitos. Então, o gesto do Humberto foi muito grande”, disse o ex-presidente em referência à retirada da pré-candidatura ao governo do estado do senador Humberto Costa.
Principal partido da Frente Popular, o PSB deverá indicar o deputado federal Danilo Cabral para a disputa à sucessão de Paulo Câmara. Com a saída de Humberto do páreo, os petistas reivindicam outra posição na chapa. “Eu espero que o gesto do Humberto Costa encontre reciprocidade dentro do PSB. E é de direito o PT reivindicar a candidatura ao Senado e é de direito o PT indicar o candidato ao Senado”, afirmou Lula.
Inicialmente, tanto o ex-presidente quanto o PT preferiam uma composição em que Câmara saísse como candidato ao Senado e um petista disputasse o Palácio do Campo das Princesas. A ideia foi rapidamente rechaçada pelo PSB. Câmara é um dos principais interlocutores de Lula dentro do partido. A aproximação dos dois fez surgir rumores de uma possível indicação do governador a um ministério, caso o petista seja eleito.
“Se eu dissesse alguma coisa afirmativa, ia ter uma manchete aí em Recife ‘Lula diz que Paulo Câmara vai ser ministro’, e eu não posso fazer isso”, comentou na entrevista, em tom de brincadeira. “Agora, nenhum país e ninguém de juízo desprezará a oportunidade de utilizar a competência de um quadro como o Paulo Câmara, como o Flávio Dino, como Rui Costa, como um Camilo [Santana, governador] do Ceará, como Wellington [Dias, governador do Piauí], como tantos governadores de qualidade que o Nordeste elegeu, na construção desse país”, concluiu.
Apesar do martelo não ter sido batido, Lula demonstra confiança na consolidação da aliança. No início da entrevista, por exemplo, o petista deu bom dia a pessebistas como o prefeito do Recife João Campos, reticente à aproximação, e mencionou a família Campos. “Eu acho que no final a gente vai acertar porque é importante é construir uma chapa que tenha possibilidade de ganhar as eleições no estado de Pernambuco”, pontuou.
Embora o acordo a nível nacional esteja encaminhado, os dirigentes das legendas quebram a cabeça para solucionar as controvérsias nos estados onde ambas possuem pré-candidaturas, como em São Paulo e no Rio Grande do Sul.