Uma foto obtida pelo jornal El País mostra os 37 malotes com 39 kg de cocaína apreendidos com o militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, que foi preso com as drogas na semana passada na Espanha.
O segundo-sargento é comissário de bordo e fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanhava a viagem do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Japão, onde ocorreu a reunião do G-20.
De acordo com o jornal, todos os malotes estavam enrolados em fita de cor bege, menos um, que aparece recoberto com uma cor amarela. Todos perfeitamente ordenados em uma mala de mão de cor escura sem nada mais em seu interior. Só cocaína.
O jornal também afirma que apurou que Rodrigues divida a cela com mais uma pessoa em Sevilha, em um dos módulos onde estão enclausurados os internos menos conflitivos. A Policia Civil local agora investiga quem recolheria a mala com a cocaína.
Os investigados, diz a publicação, consideram o militar como uma simples mula ou correio humano. As hipóteses policiais também apontam que ele tinha um encontro no hotel onde ficaria com o restante da tripulação do avião.
Como ele não tentou disfarçar ou esconder os malotes de cocaína, acredita-se que Rodrigues não esperava passar por nenhum tipo de controle alfandegário por fazer parte da comitiva do presidente brasileiro em viagem oficial.
Mas os dois volumes de bagagem que retirou do avião foram passados pelo scanner do aeroporto e os agentes descobriram facilmente os pacotes em forma de tijolo com a droga.
Investigação no Brasil
No Brasil, a FAB fez buscas, na segunda-feira (1°/7), no imóvel funcional do militar, que já não reside no local — ocupado pela ex-mulher e dois filhos. Rodrigues optou por morar em um apartamento em Taguatinga há cerca de dois anos.
De acordo com Bolsonaro, uma equipe de militares brasileiros irá a Espanha para ouvir o sargento da Aeronáutica. A suspeita é que esse não tenha sido o primeiro contato do militar com drogas, devido ao volume apreendido. (Correio Braziliense)