Formandos levam calote de R$ 50 mil de colega de turma…

Quase 30 alunos formandos de uma turma de comunicação social da Uninassau, no Recife, sofreram um tombo que destruiu o sonho da tão esperada festa de formatura. De acordo com os estudantes, Luciano Francisco dos Santos, 33 anos, integrante da comissão de formatura e responsável pela parte financeira dos contratos da festa, teria se apropriado de mais de R$ 50 mil dos formandos.

O dinheiro era entregue a ele pela turma há um ano e meio. A suspeita começou na última semana quando o mesmo foi confrontado a prestar contas, uma vez que os contratos não estavam sendo cumpridos. Além de não apresentava prestação de contas, os alunos disseram que ele inventava taxas extras para cobrir os rombos que fazia e ainda enviava e-mails falsos para “justificar” as mentiras.

Sem previsão de festa, os prejuízos giram em torno de mais de R$ 3 mil por formando, sem contar vestidos e presentes comprados para o baile. Alguns estudantes tinham familiares de outros estados com passagem comprada para o dia 1 de julho. O acusado confessou, em áudio para a turma, que havia  se apropriado do dinheiro. Os estudantes pretendem formalizar a denúncia nesta segunda-feira (12.

Continua…

De acordo com Drielly Alves, também integrante da comissão de formatura, Luciano estava acima de qualquer suspeita, tanto que nenhum integrante da formatura percebeu alguns sinais de que havia algo errado. “Todo o financeiro era de responsabilidade dele, que é mais velho, é amigo de boa parte da turma, inclusive de familiares, e tem bom relacionamento com os professores. Aquela pessoa que nunca esperávamos um comportamento que fosse lesar alguém”, destacou, citando que os erros dele levaram a uma situação irreversível. “Ele era o responsável pelas contas, arrecadava tudo que os alunos pagavam e firmava os contratos com as empresas a partir de sua conta corrente pessoal. Foi um erro grave a gente não ter uma conta da turmapara acompanhar o fluxo de dinheiro”, complementou.

O baile de formatura inicialmente era agendado para o dia 1º de abril deste ano. Quando chegou perto da data, Drielly disse que Luciano inviabilizou a data, afirmando que a inadimplência da turma não permitia o cumprimento do contrato com o espaço para a festa, a casa de eventos Rose Beltrão, nem com o buffet, nem cerimonial. “Ele, então, avisou que tinha alterado a data para 1º de julho deste ano. Os alunos pediram uma reunião de prestação de contas para acompanhar a realidade da organização do evento, inclusive para evitar novos transtornos. E era algo que sempre pediam e ele travava e não apresentava as contas. Marcamos uma reunião e ele não apresentou notas nem comprovantes de novo, apenas alguns valores soltos”, pontuou.   

Com a festa se aproximando, essa semana ele enviou um e-mail falso para o contato da comissão de formatura, se passando por Rose Beltrão e afirmando que não seria possível realizar a festa no dia 1º de julho. “A comunicação nos dava as opções de mudar a data para novembro, romper o contrato e devolver apenas 50% do contrato ou a turma precisava bater a meta de vender as 300 extras, porque a gente só tinha vendido menos da metade. Aí eu comecei a achar estranho”, explicou. Cada senha extra custava R$ 85.

Depois de recorrentes pedidos de explicações por parte dos alunos, resolvemos marcar uma reunião presencial com todos os formandos. Compareceram pais e outros familiares, além da comissão de formatura. “Eu era a porta-voz da comissão e passava para a turma todo o andamento financeiro que Luciano me passava. Na hora da reunião, ele começou a falar coisas que não batiam com o que eu tinha dito antes. Questionei a contradição, mas ele dizia que o que ele estava falando era o mais atualizado. Mas tinha uma irmã de formando que era advogada, que fez questionamentos que ele respondeu com números que não batiam. Chegou a chorar, dizendo que não havia razão para desconfiança e que ele ia apresentar todos os contratos e as notas de pagamentos”, acrescentou. Na reunião, ficou marcada para a última sexta (9) a apresentação das contas e uma visita à Rose Beltrão para verificar o andamento do contrato. Também não cumpriu.

Com desconfiança, alguns alunos se reuniram e foram pessoalmente à casa de eventos e, ao chegar lá, foram informados que não tinha reserva para o dia 1º de julho e que não havia feito agendamento de data desde a mudança do dia 1º de abril. “Além disso, do contrato de R$ 36 mil para o dia, nem R$ 10 mil tinham sido quitados. Inclusive não foram pagas a multa de mudança de data, nem as senhas extras. Além disso, negaram todos os e-mails que a gente afirmou ter recebido. O mundo caiu ali”, lembrou Drielly.

Quando descobriram, os alunos foram à procura dele, que desligou o celular e apagou a conta das redes sociais. Alguns alunos se juntaram e foram até a casa dele. De acordo com a formanda Carla Carolina Ferreira, 25 anos, ele não estava na casa que dizia morar. “Fomos mostrando a foto dele a vizinhos até encontrar um amigo dele, que nos indicou onde ele estava morando. Quando chegamos lá, ele confessou que tinha pego o dinheiro porque estava devendo a agiotas, pediu que não denunciássemos porque tinha mãe idosa e que iria ver uma forma de pagar. Convencemos ele a assumir para a turma, em áudio, no grupo dos alunos no whatsapp. Ele falou que era em torno de R$ 50 mil ou mais e que pretendia pagar”, pontuou. A turma planeja formalizar a denúncia na delegacia especializada em estelionatários nesta segunda-feira (12). (Diário de Pernambuco)