Diário de Pernambuco – Na última quinta-feira (9), a executiva nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) aprovou uma proposta de federação com o PDT e o Solidariedade. Com o aval do vice-presidente Geraldo Alckmin, o diálogo aparenta estar bem avançado e muito próximo de uma decisão definitiva em favor da união entre os três partidos. Resta uma reunião na semana que vem entre os líderes das respectivas siglas para debater ajustes no acordo.
O PDT e o PSB vivem em céu de brigadeiro desde o segundo turno, quando houve um consenso para fortalecer a candidatura do então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Representantes do PDT e o próprio Carlos Lupi, presidente do partido, avaliam como positiva a junção do bloco de esquerda, tendo em vista que a sigla saiu enfraquecida em número de parlamentares e governadores eleitos.
Já com o Solidariedade a conversa teve início tardio e relativamente recente. O presidente nacional do partido, Paulinho da Força, tomou a decisão estratégica de juntar-se ao Pros, para não ficar de fora da cláusula de barreira, o que deixaria a legenda sem acesso ao fundo partidário, além da veiculação de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio. Como consequência, o partido não chegou a apoiar a candidatura de Lula e saiu perdendo nas negociações, gerando um desgaste entre lideranças de ambos os partidos.
DESAFETO LOCAL
Em Pernambuco, 2022 foi marcado pela rivalidade na disputa para o governo do estado: a então candidata Marília Arraes (SD) fez duras críticas à gestão de Paulo Câmara (ex-PSB) e também trocou ataques com o rival Danilo Cabral (PSB) na corrida pelo Executivo estadual. A briga de Arraes, que é um dos principais nomes de seu partido com o PSB, é antiga. Em 2020, quando ainda estava no PT, causou um racha com os socialistas na disputa pela prefeitura do Recife com o seu primo, e hoje prefeito da capital pernambucana, João Campos (PSB).
Essa série de fatores parece não ter sido resolvida entre as bases dos partidos a nível estadual. O deputado Gustavo Gouveia (SD), que foi o mais votado do Solidariedade para a Alepe, se posicionou à reportagem do Diario de Pernambuco ao dizer que “não considera positiva” a união entre as três legendas. Afirmou ainda que “a federação só faz com que os partidos não tenham uma representatividade eleitoral”.
Da parte do PSB, o presidente estadual da sigla, Sileno Guedes, não atendeu à reportagem até o fechamento da edição. Em conversa com o Diario, um filiado ao partido disse que a legenda deve aguardar pela concretização da federação em nível nacional antes de emitir qualquer posicionamento.
No meio do fogo cruzado, representantes do PDT, que constrói longos laços com o PSB em Pernambuco, não quiseram comentar sobre o assunto.