A eleição ainda está em curso, mas a roupa suja já começou a ser lavada. E em público. O “troco” dado por Cid Gomes à cobrança por “mais empenho” – feita por Fernando Haddad ao PDT e a Ciro Gomes – foi parar no guia eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro. Segundo o portal Jota publicou ontem no Twitter, Cid recorreu ao TSE para impedir que a campanha de Bolsonaro utilize em suas propagandas o vídeo no qual ele ataca o PT durante evento no Ceará anteontem. A rejeição de Cid ao uso da sua imagem pelo candidato do PSL, no entanto, não equivale a recuo no desabafo. Ainda ontem, ele reforçou seu testemunho ao Estadão/Broadcast, sublinhando que os petistas “querem ser hegemônicos inclusive na oposição”. Essa foi a mesma leitura feita por um parlamentar ainda durante a reunião da Executiva Nacional do PDT na semana passada, como a coluna cantara a pedra. Lançou-se, na ocasião, o questionamento sobre o que o PT faria se o PDT estivesse no 2º turno com Bolsonaro. E o deputado soltou o seguinte: “O PT apoiaria o PDT, torcendo para que Bolsonaro ganhasse. O PT prefere ser protagonista na oposição do que ser apêndice de um governo de centro-esquerda”. À coluna, anteontem, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, reforçara a avaliação: “O PT tem visão hegemônica. Acham que só eles podem ser apoiados e estão colhendo frutos do que plantaram”. Na fala que fez ao Estadão/Broadcast, Cid agravou essa análise de Lupi: “Boa parte da companheirada aí já deu por perdido (o 2º turno) e está pensando nisso, em ser hegemônico na oposição. Estão se lixando para o Haddad”. Nas coxias, alguns já avaliam que o mal-estar nacional pode estar repercutindo na campanha local. Ontem, o ex-prefeito do Recife, João Paulo, e o senador Humberto Costa realizaram um pinga-fogo na Rua Nova. À coluna, João Paulo não entrou no mérito, mas ponderou que “o clima está diferente do que foi visto na reeleição de Dilma (Roussef)”. Na avaliação dele, “tem que dar uma animada maior na militância”. Deram-se cobranças por material, que, segundo João Paulo, só chegou ontem. Haddad ainda aposta no apoio de Ciro. Pedetistas, nas coxias, sobre eventual encontro, descartam: “Vai nada!”. A conferir. (Renata Melo)