Faixa etária de 20 a 29 anos tem maior aumento no total de mortes por Covid no começo de abril, diz Fiocruz

G1
A faixa etária dos jovens entre 20 e 29 anos é a que teve o maior aumento das mortes por Covid-19 na comparação entre o verificado no começo do ano e os dados coletados entre os dias 4 e 10 de abril, de acordo com o Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta sexta-feira (23).
“A análise aponta que a faixa etária dos mais jovens, de 20 a 29 anos, foi a que registrou maior aumento no número de mortes por Covid: 1.081%”, aponta a Fiocruz. Nas idades de 40 a 49 anos houve o maior crescimento do número de casos, com alta de 1.173%.
Crescimento ao longo do ano
Considerando todas as faixas etárias ao longo do ano, desde a semana epidemiológica 1 (03/1 a 09/1) com a semana 14 (04/4 a 10/4), o aumento global foi de 642,80% para os casos de Covid e 429,47% para as mortes.
O maior aumento absoluto no número de mortes foi observado entre os jovens de 20 a 29 anos. No primeiro levantamento do ano realizado pela Fiocruz, foram observados 11 óbitos na faixa etária. Na última coleta de dados, esse número saltou para 130.
A faixa etária que mais sofreu com o aumento no número de casos de Covid-19 foi a de 40 a 49 anos.
Dados revelam que no começo do ano foram observados 400 novos casos entre a faixa etária contra os 5.095 registrados no momento.
Abaixo, veja os percentuais por faixa etária:
  • 20 a 29 anos – 745,67% (casos) e 1.081,82% (óbitos)
  • 30 a 39 anos – 1.103,49% (casos) e 818,60% (óbitos)
  • 40 a 49 anos – 1.173,75% (casos) e 933,33% (óbitos)
  • 50 a 59 anos – 1.082,69% (casos) e 845,21% (óbitos)
  • 60 a 69 anos – 747,65% (casos) e 571,52% (óbitos)

Taxa de letalidade continua a subir

O boletim voltou a alertar que houve novo aumento na taxa de letalidade. Segundo os pesquisadores, o índice se mantinha em 2% até o início do ano, subiu para 3% em março e, nas duas últimas semanas epidemiológicas, alcançou 4,5%.
“As maiores taxas de letalidade foram observadas no Rio de Janeiro (8,3%), Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%). Os valores elevados revelam graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves” – Boletim da Fiocruz.