Por Eliane Cantanhêde — O presidente Jair Bolsonaro soube pela imprensa que o Ministério da Defesa e o Comando do Exército divulgariam uma nota ontem, 24, sobre a participação do general Eduardo Pazuello num ato político ao seu lado e telefonou diretamente para o general Braga Netto (Defesa), proibindo a divulgação de qualquer nota ou manifestação pública a respeito do caso.
Isso causou constrangimento e muito debate entre os membros do Alto Comando do Exército, que decidiu tomar medidas contra Pauzello, um general da ativa, mas apenas no âmbito interno, sem nenhuma explicação à opinião pública.
O Exército está abrindo um processo de apuração de transgressão disciplinar dando a Pazuello amplo direito de defesa nos próximos três ou quatro dias a contar da segunda-feira. A decisão de abrir esse processo de investigação foi tomada pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio, ouvindo todos os membros do Alto Comando. A medida tem com base o Estatuto Militar e o Regulamento Disciplinar do próprio Exército pelo qual Pazuello é sujeito a punições que vão desde advertência verbal até suspensão e podem chegar a prisão de no máximo 30 dias.
Ao lado disso, agora não é só pressão, mas uma imposição: Pazuello vai ter que passar à reserva. O ex-ministro da Saúde é general intendente e atingiu o máximo posto nessa arma, ou seja, três estrelas. É assim que ele vai passar para a reserva.