Em um manifesto público, ex-presidentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) pedem que o censo demográfico previsto para este ano seja mantido. O documento ressalta que uma alteração na proposta orçamentária de 2021 pode resultar no cancelamento do levantamento, que deveria ter ocorrido no ano passado, mas foi adiado em razão da pandemia de coronavírus.
De acordo com os gestores, o censo é importante fonte de informações para definir o repasse de verbas para os entes federados. “Os dados do Censo Demográfico são a base para a transferência dos recursos do Fundo de Participação de Estados e Municípios, para a administração do Bolsa Família e para todas as políticas de educação, saúde e transferência de renda do governo federal, estados e municípios”, destaca um trecho do manifesto.
O censo, que ocorreu há uma década, também é parâmetro para embasar políticas públicas. “E é ele, também, que traz confiabilidade para as pesquisas amostrais de emprego, saúde e educação do IBGE e outras entidades públicas e privadas. Nosso último censo ocorreu em 2010, e, sem ele, o Brasil se junta ao Haiti, Afeganistão, Congo, Líbia e outros estados falidos ou em guerra que estão há mais de 11 anos sem informação estatística adequada para apoiar suas políticas econômicas e sociais”, completa o texto.
Assinam o documento Edmar Bacha, Eduardo Nunes, Eduardo Augusto Guimarães, Edson Nunes, Eurico Borba, Sérgio Besserman, Simon Schwartzman e Silvio Minciotti. “Como ex-presidentes do IBGE, instamos aos senhores Senadores e Deputados, membros da Comissão Mista do Orçamento, que preservem os recursos do censo e não deixem o país às cegas”, conclui o manifesto.