O vírus da zika presente na América Latina ataca e destrói as células cerebrais humanas em desenvolvimento no feto, revela um estudo publicado ontem (4) com base em observações em laboratório.
O estudo do Instituto de Engenharia Celular da Universidade Johns Hopkins é a primeira prova experimental de um vínculo biológico entre o vírus transmitido por um mosquito e o drástico incremento de casos de microcefalia, uma severa malformação do cérebro e do crânio em recém-nascidos.
Até agora, o vínculo comprovado era apenas circunstancial, explica Guo-li Ming, professor de neurologia do Instituto de Engenharia Celular do Instituto Johns Hopkins (Maryland, leste dos Estados Unidos), que codirigiu a investigação.
“Estudos em fetos e bebês com cérebro reduzido e microcefalias em zonas afetadas pelo vírus da zika encontraram anomalias no córtex e vírus nos tecidos fetais”, diz o estudo.
Nas experiências em laboratório, os cientistas expuseram três tipos de células humanas ao zika vírus. O primeiro, conhecido como células progenitoras neuronais humanas (hNPCs) é crucial para o desenvolvimento do córtex, ou camada superficial do cérebro, no feto. (Jornal do Commercio)