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É quase sempre desconcertante ouvir a opinião de estrangeiros sobre nosso país. Nossa autoimagem em geral destoa de como somos vistos por pessoas de fora — para bem e para mal. Mas o resultado da pesquisa Expat Insider 2016, realizada com 14.272 expatriados associados à rede InterNations, é preocupante. De 67 países avaliados, o Brasil ficou em 64.º lugar no ranking dos melhores lugares para um estrangeiro viver. Só Nigéria, Grécia e Kuwait são piores. Taiwan, Malta, Equador, México e Nova Zelândia são os cinco primeiros colocados.
O questionário, feito com pessoas de 174 nacionalidades, abordando 43 aspectos da vida em outro país, não é importante apenas para a auto-estima dos pesquisados. Boa parte desses entrevistados é composta por executivos e profissionais de empresas multinacionais e por seus familiares. A decisão de uma empresa de investir num país e o sucesso da empreitada dependem de muitos fatores, entre eles a imagem que os executivos nutrem a seu respeito, e como se sentem nele. É, noutras palavras, um ativo econômico estar bem nesse ranking.
Mas o que há de tão profundamente errado com o Brasil, para os estrangeiros que passam por aqui? No relatório da pesquisa, o capítulo sobre o Brasil tem o terrível título “No festa for this country” (“Sem festa para este país”). O Brasil vem numa queda livre no ranking elaborado anualmente: 42.º em 2014, 57.º em 2015 e 64.º no ano passado, quando a pesquisa divulgada esta semana foi realizada.
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