Veja repercussão do impeachment de Dilma Rousseff
Afastamento definitivo de Dilma foi aprovado por 61 votos a 20 no Senado.
Michel Temer tomou posse em definitivo horas depois.
Do G1, em Brasília
Políticos da base aliada do agora presidente efetivado Michel Temer disseram nesta quarta-feira (31) que o impeachment de Dilma Rousseff, aprovado no Senado por 61 votos a 20, abre uma “nova chance para o país”. Parlamentares aliados da presidente afastada criticaram o resultado do julgamento e repetiram a argumentação dos últimos dias de que Dilma não cometeu crime de responsabilidade.
A decisão também repercutiu entre políticos estrangeiros e outras personalidades; veja abaixo.
Aécio Neves(PSDB-MG), senador
“A questão essencial foi resolvida e o Brasil passa a ter uma nova chance […] O que fica para o futuro é algo, ao meu ver, pedagógico. Todos aqueles que assumirem cargos públicos têm que ter a noção clara de que devem cumprir a lei em todos os seus instantes e todos seus detalhes. Quem não cumpre a lei recebe a pena estabelecida na Constituição, que para quem comete o crime de responsabilidade é o afastamento definitivo do cargo”
Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora
“Se afasta uma presidente que não cometeu crime de responsabilidade e canta-se o hino nacional. Rasga-se a Constituição e fala-se em nome dela. Eu lamento muito estar fazendo parte deste momento histórico triste para a nossa democracia.”
Lindbergh Farias (PT-RJ), senador
“Hoje é um dia trágico. Afastar a presidente por três decretos, enquanto o Congresso todo está acusado. Não tenho duvidas em afirmar que no futuro vai ter uma outra sessão do Senado Federal anulando esse crime que aconteceu hoje.Eu encaro aquela vitoria que a presidente teve na inabilitação, porque tinha muita gente com peso na consciência. Porque sabia que não tinha crime de responsabilidade.”
Continua…
Fernando Collor (PTC-AL), senador
“Em 1992, a minha renúncia separou a questão da destituição e da inabilitação. Basta verificar na Resolução do Senado nº 101/92, resultante do processo: o impeachment ficou prejudicado em função da renúncia, mas não a inabilitação por oito anos. Ou seja, o Senado juntou as penalidades. Agora, em 2016, deu-se o inverso. A Constituição traz a questão conjugada, mas o Senado separou as penalidades. Dois pesos, duas medidas. Mais do que nunca, cabe repetir: o rito é o mesmo; o ritmo, o rigor e, agora, o remate, não.”
José Anibal (PSDB-SP), senador
“Esse resultado foi motivado até pelo comportamento dos seus apoiadores nos últimos dias. Diante da eminente derrota eles se tornaram muito mais agressivos, desrespeitosos e mostrando uma profunda insatisfação com as leis.”
José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma e ex-ministro
“É um dia triste para a democracia brasileira quando uma presidente da República é afastada do seu cargo sem nenhum fundamento sem crime de responsabilidade. Realmente é um golpe parlamentar. Portanto, acho que é um dia triste, nós vamos ao Supremo Tribunal Federal.”
Raimundo Lira (PMDB-PB), senador
“Eu sempre fui a favor de manter o texto da Constituição na sua inteireza, mas já que foi dividida eu votei a favor da cassação da presidente Dilma Rousseff e votei contra a supressão de seus direitos políticos porque eu não condeno a mesma pessoa duas vezes”.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), senador
“Nós recorreremos no Supremo Tribunal Federal. É inadmissível o fatiamento da pena, a pena é única. Cassação com inabilitação. Esse é um grande acordo costurado e que vai trazer uma situação de beneficiar a todos que serão cassados a partir de agora. São cassados do cargo, mas podem, a partir de amanhã, manter suas funções de secretários, ministros de Estado, podendo ocupar função pública”.
José Agripino (DEM-RN), senador
“O discurso de Renan (defendendo manutenção do direito de Dilma a ocupar cargos públicos) é preciso ser interpretado com correção, a que é que ele se propôs com esse discurso e que nos deixou mal. Porque foi um posicionamento político ambíguo, uma cobra de duas cabeças. E, se o governo Temer insistir em manter um governo de cobra de duas cabeças, não vai ter unidade de pensamento e nem unidade da base de apoio permanentemente, como vai precisar para fazer as reformas.”
Acir Gurgacz (PDT-RO), senador
“Eu entendo que não há crime de responsabilidade, mas falta governabilidade para a presidente voltar a governar o nosso país. A volta da presidente talvez causasse um problema ainda maior para a economia brasileira, que já não está bem.”
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado afastado e ex-presidente da Câmara
“Esperamos que o fim desse processo possa virar uma página negra na história deste país, com o afastamento também das nefastas práticas desse governo afastado, e desejamos sucesso ao novo governo que se instala a partir de hoje de forma definitiva.”
Hélio Bicudo, jurista, autor de pedido de impeachment
“Acho que é mais do que o esperado. O inesperado foi conseguir introduzir nesse prisma do impeachment o fato de permitir que a Dilma exerça funções públicas. Isso desnatura completamente o instituto do impeachment.”
Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
“Não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o ‘impeachment tabajara’ de Dilma Roussef. Não quis perder tempo.”
John Kirby, porta-voz do governo dos EUA
“As instituições democráticas brasileiras agiram dentro de seu ordenamento constitucional. Foi uma decisão feita pelos brasileiros e obviamente respeitamos isso. Estamos confiantes de que continuaremos as fortes relações bilaterais entre os dois países como as duas maiores democracias e economias do hemisfério.”
Evo Morales, presidente da Bolívia
“Estamos convocando nosso embaixador no Brasil para assumir as medidas aconselháveis para este momento”.