Via O Estado de S.Paulo / Ricardo Galhardo e Vera Rosa
A incerteza em relação ao futuro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz com que os partidos de centro-esquerda, inclusive tradicionais aliados do PT como PC do B e PDT, já adotem estratégias para 2018 com cenários sem a participação do petista. Se Lulafor condenado em segunda instância e não puder concorrer, os antigos aliados do PT não parecem dispostos a se unir. A ideia, nesse caso, será investir na disputa “pulverizada”, com muitos candidatos do mesmo espectro político.
Parceiro histórico do PT, o PC do B, por exemplo, já se prepara para fechar outras composições eleitorais. O receio do partido é esperar Lula indefinidamente – já que a estratégia do PT consiste em levar a candidatura do ex-presidente até o último recurso jurídico – e depois ficar “a ver navios”. “Nós já começamos a fazer consultas sobre nomes”, admitiu o deputado Orlando Silva (PC do B-SP),que foi ministro nos governos comandados por Lula e por Dilma Rousseff. “Sem Lula na cédula não tem por que o PC do B apoiar o PT. Na esquerda, vai ser todo mundo igual”, emendou ele.
O PC do B abriu negociações com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que nesta semana também conversará com a direção do PSB. Nada, porém, está fechado. Nos bastidores, tanto integrantes da oposição como aliados do presidente Michel Temer dizem que muitos lances para 2018 estão congelados, à espera da definição sobre Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
“Mas nós começamos o degelo”, disse Silva, que não exclui a possibilidade de o PC do B lançar candidato próprio à sucessão de Temer. “O desgaste com a política é tão grande que os partidos serão chamados a se posicionar. A tendência é que a eleição de 2018 seja pulverizada, como a de 1989.” Naquele ano, 22 candidatos disputaram o Planalto.
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