Blog da Folha
Empenhados em derrotar nas urnas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas próximas eleições, líderes de esquerda já admitem a formação de um bloco partidário mais amplo que não envolva apenas partidos desta ala, mas também que agregue outras legendas progressistas de centro.
O intuito é ampliar a aliança para alcançar um eleitorado maior. “Se a esquerda quiser ganhar a eleição, vai precisar de uma aliança ampliada. Ninguém ganha eleição com 30% dos votos”, como disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em entrevista a Rádio Clube 720 AM.
Mesmo com o imbróglio e as alfinetadas públicas que alguns partidos trocaram durante o pleito de 2018 (e depois dele), a união dos partidos de espectros ideológicos diferentes em eleições passadas já é uma equação conhecida pelas legendas, conforme narrou o presidente estadual do PCdoB, Marcelino Granja.
“Quando a gente tinha uma situação política favorável, quando havia um diálogo no País, quando havia organização sindical mais forte, o ânimo das pessoas de fazerem política maior, a esquerda sozinha não ganhou as eleições.”
Unidade política é necessária
O deputado federal Danilo Cabral, líder do PSB na Câmara dos Deputados, também concordou com a ampliação do grupo, mas, de acordo com ele, alguns pontos devem ser considerados.
“Precisamos no primeiro momento ter a posição de unidade que vai além da esquerda incorporando forças do centro para que a gente possa fazer o enfrentamento a Bolsonaro, para que a gente não repita em 2022 o que aconteceu em 2018. Por conta da nossa dispersão, a gente fez a eleição de Bolsonaro. Essa unidade, no ponto de vista eleitoral, pode ocorrer com todos constituindo uma grande frente ampla com as forças democráticas num único palanque. Também pode se dar em palanques divididos, desde que seja preservada uma unidade política”, disse Danilo.