Quando o comando do PSB estadual lançou o então empresário de entretenimento Felipe Carreras em 2014, a deputado federal, seria em tese, para segurar a vaga destinada a João Campos, que só viria a postular em 2018. Felipe foi grande amigo de Eduardo Campos, considerado membro da família.
Mas em 2018, já na Câmara, decidiu seguir na vida pública e passou a almejar os mesmos objetivos do herdeiro de Eduardo: deputado e depois candidato a prefeito do Recife. Ainda nas eleições de 2018, Carreras travou uma disputa silenciosa com João para ver quem seria o mais votado no Recife.
Venceu a disputa, mas o PSB, logo após a eleição, sinalizou que o candidato a prefeito seria João. Mostrando independência e ocupando seus espaços políticos, Carreras passou a votar contrário às recomendações do partido, abrindo fogo contra o presidente Carlos Siqueira, por considerá-lo seu algoz na punição pela suspensão das suas atividades partidárias.
A recomendação original do relator do PSB no Conselho de Ética, ex-deputado Domingos Leonelli (BA), arraesista histórico, se deu pela expulsão dos dez deputados que traíram o partido. Antes do julgamento, entretanto, o líder do partido na Câmara, Tadeu Alencar, teve papel fundamental para dar uma reviravolta, mas ainda não como ele queria: suspensão por apenas seis meses e não 12.
Da bancada de Pernambuco, o único deputado que se manifestou contra qualquer tipo de punição e votou contra o relatório foi Gonzaga Patriota. “Sou contra qualquer tipo de perseguição partidária”, justifica ele. O deputado Júlio Delgado (PSB), que também era voto contrário, mas teve que sair do encontro antes da votação, não teve seu voto em separado acatado. (Magno Martins)