Já disse com propriedade que vice é cargo de composição. O escolhido não precisa, necessariamente, agregar votos ao companheiro de chapa. Se não tirar já o ajuda. Veja-se o caso de Geraldo Alckmin na eleição presidencial. Ele tem o apoio de 7 partidos, mas a escolha do vice lhe tira o sono. Quer um vice de outro estado, que não São Paulo, e preferencialmente de outra região. Mirou inicialmente Josué Gomes, herdeiro do grupo Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar, não por causa da fortuna dele e sim por ser de Minas, segundo maior colégio eleitoral do país. Josué, que é filiado ao PR, recusou o convite, obrigando o tucano a procurar outro nome, possivelmente no DEM.
Mas quem seria esse candidato? Fala-se em Mendonça Filho, mas ele já está em campanha para senador e provavelmente não aceitaria. Esse também é o drama de Jair Bolsonaro. Convidou primeiramente o senador Magno Malta e a advogada Janaína Paschoal, mas ambos recusaram o convite. E a procura por outro nome continua. Vivem esse mesmo drama em Pernambuco o governador Paulo Câmara e o senador Armando Monteiro, dois dos três principais candidatos à sucessão estadual. Nenhum dos dois ainda tem vice não por falta de interessados, e sim por excesso. O vice natural do governador seria o ex-prefeito do Recife, João Paulo, filiado ao PCdoB, que aparentemente não tem interesse. Mas a deputada Luciana Santos tem, para ceder sua cadeira na Câmara Federal a Renildo Calheiros. Já o vice natural de Armando seria o ex-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho. Mas ele pertence ao PSDB que não se interessa por essa vaga, e sim pela candidatura de senador. (Inaldo Sampaio)