Escrito em latim, carpe diem significa, em uma tradução livre, “aproveite o dia”. Esta expressão foi utilizada a primeira vez pelo poeta romano Horácio, ainda no século I a.C. O escritor fez uso destes termos ao escrever o primeiro livro de “Odes”, no qual ele aconselha Leucone, sua amiga dentro da obra literária, a aproveitar ao máximo o dia, não apenas no sentido literal da palavra, mas sim dela desfrutar a vida.
“[…] carpe diem, quam minimum credula postero” foi o conselho de Horácio para Leucone. Em uma rápida tradução, o autor orienta a colega a colher o dia e confiar o mínimo possível no amanhã. Apesar do termo ter sido utilizado há milhares de anos, a expressão tomou força e é muito utilizada nos dias atuais. Entre os estudiosos, acredita-se que o termo ficou conhecido em todo mundo devido as variadas formas a qual foi aplicado durante toda a história da humanidade.
A expressão já foi utilizada como inspiração para outras obras da literatura mundial, mas também na produção de audiovisual, conversando com músicas, filmes e outras linguagens da arte. Entre os artistas que se inspiraram no carpe diem estão o escritor Robert Herrick e o diretor de cinema Peter Weir.
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Qual o sentido de carpe diem?
No texto original de Horácio, tem-se a seguinte recomendação para Leucone:
“Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.”
Neste sentido, o autor aconselha à amiga a não se preocupar com o destino e com o que os deuses reservam para eles. Além disso, o autor avisa o quanto a vida é breve e recomenda não se iludir com esperanças. Por fim, diz para Leucone enfrentar a vida, pois enquanto se fala, ela está passando. Portanto, “aproveite o dia, confia o mínimo possível no amanhã.”
O conselho de amigo é verdadeiro, o tempo passa muito rápido e se prender tentando prever o futuro é uma perda de tempo. Por isso, o hoje deve ser vivido intensamente, sem amarrações com o passado e sem preocupações com o futuro. Viver, sentir e se entregar ao agora é o carpe diem.
Obras inspiradas nessa expressão
Durante os anos, o carpe diem de Horácio tornou-se sentimento e inspiração para outros artistas. Robert Herrick, autor inglês renascentista, escreveu em 1600 um poema que dedicou às virgens chamado de “To the Virgins, to Make Much of Time”. Na obra literária, o autor aconselha as moças que aproveitem suas respectivas juventudes. Na primeira estrofe o escritor diz:
“Gather ye rosebuds while ye may,
Old Time is still a-flying:
And this same flower that smiles to-day
To-morrow will be dying.”
De acordo com a professora de inglês Ana Lígia, uma possível tradução deste primeiro parágrafo é: “Reúna os seus rosebuds (um tipo de flor) enquanto estiverem, tempos antigos continuam voando e essa mesma flor que sorri pra você hoje amanhã estará morrendo.”
Ainda levando em consideração este poema, o diretor Peter Weir criou o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”. A obra cinematográfica mostra como um professor de literatura inglesa aborda temas com os seus estudantes. Em uma das cenas do filme de 1989, o educador provoca os alunos com este mesmo trecho do poema de Herrick, fazendo uma analogia com o carpie diem.
Confira a cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos:
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