Entenda o leilão do 4G…

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– O que é 4G?
É a tecnologia de internet móvel de banda larga, usada pelas operadoras de celular para oferecer acesso à web de qualquer lugar por meio de smartphones e tablets. A velocidade real estimada para as redes 4G representa um acesso de 20 a 40 vezes mais rápido, em média, do que o alcançado com as atuais redes 3G – entre 256 kilobits por segundo (Kbps) e 1 Mbps – para entre 15 megabits por segundo até 1 Gigabit por segundo.

– Que diferença faz pra quem usa celular?
Quem usa o 4G em um celular poderá acessar serviços que usam a internet rapidamente. Páginas de sites abrirão mais rápido, fotos e vídeos serão publicados no Facebook mais rapidamente. É como ter uma conexão de banda larga no bolso.

– O que é preciso para acessar o 4G?
É necessário ter um plano de dados 4G, que pode ser adquirido com as operadoras. Também é necessário que se tenha um aparelho compatível com as frequências usadas no Brasil e que as operadoras tenham instalado a tecnologia na cidade. Nem todas as cidades brasileiras são cobertas pelo 4G, embora as capitais e grandes cidades já tenham a banda larga móvel.

– O que foi leiloado?
Foram colocados à venda 6 lotes ou “pedaços” da faixa de frequência de 700 MHz (megahertz). Três deles dão direito à oferta do 4G em todo o país, e outros três são regionais.

– Quanto o governo arrecadou?
O governo fixou em edital o mínimo que aceita receber por cada um dos lotes. A soma dos preços mínimos dos seis lotes era de R$ 7,7 bilhões. Dois dos seis lote, no entanto, não tiveram compradores, e o total arrecadado ficou em R$ 5,85 bilhões.

– Quem participou da disputa?
Quatro empresas – Claro, Algar (CTBC), Telefónica/Vivo e TIM – participaram. Elas foram as únicas que entregaram propostas para os lotes, em 23 de setembro. No mesmo dia, a operadora Oi surpreendeu o setor ao informar, por meio de fato relevante, que havia desistido do leilão. A Nextel também optou por ficar de fora da disputa.

– Quem levou os lotes?
Claro, Vivo e TIM venceram a disputa pelos três lotes nacionais, que permitem oferecer o serviço de banda larga de quarta geração em todo o país. A Algar arrematou o lote 5 (regional) do leilão, que permite oferta do 4G justamente na área em que a empresa, ex-CTBC, possui concessão de telefonia. Dois lotes regionais não tiveram ofertas, e chegaram a ser oferecidos fracionados na segunda fase do leilão, mas permaneceram sem interessados.

– O que acontece agora?
Os vencedores terão direito de uso da faixa arrematada por 15 anos, com possibilidade de renovação por igual período. A outorga (valor do lance) poderá ser paga em até 8 anos.

– O Brasil já não tem internet 4G?
Sim. O serviço de 4G disponível hoje no país é operado por meio da faixa de frequência de 2,5 GHz (gigahertz), que foi leiloada em 2012. Agora, o governo vai vender “pedaços” ou lotes da frequência de 700 MHz para empresas. As frequências são como estradas e cada serviço trafega em uma faixa. Alguns países, como os Estados Unidos, também decidiram usar essa frequência, porque ela exige menor quantidade de antenas para cobertura de sinal.

– Qual o problema com as TVs?
Hoje a faixa de 700 MHz é ocupada por canais de TV analógicos, que transmitem sua programação por ela. Para dar lugar às operadoras do 4G, essas emissoras vão passar a operar em outras frequências, por meio digital. O edital prevê que o serviço de banda larga só comece 12 meses após a saída de todas as emissoras.

A limpeza da faixa de 700 MHz vai exigir gastos estimados em R$ 3,6 bilhões com compra de equipamentos para que as emissoras transmitam em frequência diferente. Esse investimento terá que ser feito pelas vencedoras do leilão desta terça.

O dinheiro também será usado para a compra e instalação de equipamentos que vão evitar interferências. A faixa que vai ser leiloada para o 4G é próxima da usada pela TV digital e isso preocupa o setor de radiodifusão, pois um serviço pode interferir no outro. (G!)