Em áudio vazado, líder petista cita Marília Arraes na mais nova crise entre PT e PSB

Em áudio vazado, Benedita da Silva (PT) não poupou críticas à postura do PSB no Rio de Janeiro. A deputada fala em ‘traição’ ao reclamar do rompimento do acordo com o PT no estado. Ela cita que, em Pernambuco, Lula (PT) poderia estar no palanque de Marília Arraes (SD), aliada de primeira hora e líder na corrida pelo Governo.
A confusão acontece porque rompeu-se o acordo entre o PT e o PSB no Rio de Janeiro. Lá, os socialistas ignoraram os aliados petistas e lançaram Alessandro Molon ao Senado, a despeito de já ter lançado Marcelo Freixo ao Governo do Estado.
Dessa forma, o PT ficaria de fora da chapa majoritária, mesmo com Lula afirmando que seu candidato ao Senado é André Ceciliano (PT). Caso o PSB não retire a candidatura de Molon e aceite a indicação petista, a presença do ex-presidente no palanque de Freixo não é garantida.
Benedita da Silva, ex-senadora pelo Rio de Janeiro e uma das fundadoras do PT, diz que o PSB está descumprindo o acordo. Seu partido retirou a candidatura de Ceciliano ao Governo, abrindo espaço para os aliados ao colocar o deputado estadual para concorrer ao Senado.
“Nós acatamos, mas agora o PSB quer que fique o Freixo e o Molon. Nem Lula concorda com isso”, diz a deputada federal. Ela cita reunião do ex-presidente com os aliados na semana passada, onde cobrou cumprimento dos acordos, visto que o PT está cumprindo.
Podia estar no palanque da Marília Arraes, no Recife. Por que não está? Marília está melhor posicionada, estava no PT, queria ser candidata ao Governo. Mas o PT disse ‘não’, para apoiar o candidato do PSB. Não há omelete sem quebrar ovos”, criticou Benedita da Silva.
Em Pernambuco, Marília Arraes deixou o partido após não ser concedido espaço para se candidatar ao Governo. O acordo entre nacional entre o PT e o PSB prevê a candidatura de Danilo Cabral, apoiado de fato por Lula, a despeito de não ir bem nas pesquisas eleitorais.
Ainda no áudio, Benedita da Silva afirma que a postura do PSB indica movimentação para que o PT perca força no Rio de Janeiro. Ela aponta enfraquecimento das candidaturas proporcionais caso o partido não esteja representado na chapa majoritária.
Ela afirma que o PT não romperá a aliança, mas aponta que que o mesmo direito do PSB de lançar duas candidaturas majoritárias também será dado ao seu partido.
“Vamos acompanhar esse negócio, a coisa está feia. Lula está sendo desrespeitado. Mesmo o PSB e Molon sabendo que, se o PT sai [da majoritária] não tem candidatura deles, não possuem partido com fôlego. Nenhuma pessoa sozinha tem condição de sair para o Governo do Estado ou Senado e achar que ganha pelos seus belos olhos, honestidade, transparência, ou até mesmo pela sua traição“, ironiza.