A disputa pela prefeitura do Recife em 2020 ainda não está na pauta do povo, porém por se tratar de uma das principais cidades do Brasil e a capital pernambucana, ela acaba entrando na discussão do meio político, uma vez que a partir do vitorioso será possível traçar o cenário de 2022 quando estará em jogo o governo de Pernambuco.
A gestão do prefeito Geraldo Julio, que é exitosa e bem-avaliada pelos recifenses, garante ao nome que for apresentado pelo PSB uma grande competitividade com chances efetivas de vitória, também não se pode menosprezar a força política e a capacidade de vencer disputas eleitorais do PSB, que venceu as últimas quatro eleições no estado e as últimas duas na capital pernambucana, portanto, aquele que vier a ser o nome do PSB na disputa tende a brigar pelos primeiros lugares da eleição.
Na oposição a Geraldo Julio não existe um nome natural, uma vez que nomes potenciais como Daniel Coelho e Priscila Krause, por exemplo, saíram muito fragilizados da disputa municipal de 2016 e não ofertam, neste momento, relativa competitividade para vencer a eleição, mas é indiscutível que aquele nome que se alinhar com o presidente Jair Bolsonaro terá grandes chances de polarizar a eleição com o candidato apresentado pelo PSB.
Nas eleições passadas o presidente venceu no Recife no primeiro turno e perdeu por uma diferença de cinco pontos percentuais para Fernando Haddad no segundo turno, o que leva a crer que o nome alinhado com o presidente terá um potencial de votos muito representativo. O grande cerne da questão é quem irá conseguir capitalizar o sentimento bolsonarista no Recife, se um nome tradicional da política que já disputou majoritária, se um nome que é da política mas nunca tentou majoritária ou se teremos um outsider que associaria sua imagem ao presidente. Apesar de haver um desenho de múltiplas candidaturas em 2020, o sentimento geral é que a polarização estará estabelecida entre os candidatos do PSB e do presidente Jair Bolsonaro. (Edmar Lyra)