Com um resultado médio de seis pontos de vantagem de Paulo Câmara em relação a Armando Monteiro nas pesquisas divulgadas até agora, a eleição aparenta ser polarizada entre os dois candidatos que se enfrentaram em 2014. Se naquela eleição, o atual governador impôs uma frente de 1,6 milhão de votos sobre Armando, é quase impossível que tal resultado venha a se repetir porque estamos diante de uma eleição curta e que se espera que não haja nenhum acidente como em 2014 que acabou impulsionando Paulo Câmara rumo a vitória.
Em condições normais de temperatura e pressão, Paulo Câmara e Armando Monteiro deverão manter a polarização até o final da disputa, e diferentemente de 2010 na reeleição de Eduardo Campos e em 2014 na vitória do atual governador, quando todos os lados de um município ficaram com o mesmo projeto, hoje isso não se repete, pois há o lado de Paulo e o lado de Armando, com raríssimas exceções que permitem todos os lados num mesmo palanque.
Diante do exposto, a eleição tende a ser taco a taco no Agreste, no Sertão e na Zona da Mata, ficando a capital pernambucana com a incumbência de determinar o vitorioso, uma vez que ela representa 25% dos votos válidos de todo o estado. No pleito passado Paulo Câmara impôs uma vantagem de quase 60% sobre Armando Monteiro, em votos ficou quase 500 mil votos de diferença.
Na eleição deste ano, Paulo Câmara dependerá ainda mais de uma vitória no Recife para poder renovar seu mandato e para isso conta com o bem-avaliado Geraldo Julio na capital. A Armando Monteiro caberá tentar criar no Recife uma onda que possa reverter a vantagem de Paulo Câmara. Os números deixam claro que a tendência é de apenas um turno e o resultado deverá ser sacramentado pelo Recife em outubro.(Edmar Lyra)