Eleição de federal terá pulverização de chapas …

Deputado Kaio Maniçoba

Nas eleições de 2014 tivemos uma novidade na disputa de deputado federal que foi o lançamento de uma chapinha liderada pelo PSL de Luciano Bivar, que em tese era o principal nome daquela coligação. Pela primeira vez foi possível uma chapinha emplacar um parlamentar para a Câmara dos Deputados. Porém, não foi Bivar o eleito, e sim Kaio Maniçoba com 28 mil votos, menos da metade dos votos dos últimos eleitos das duas principais coligações.

O resultado exitoso da chapa que elegeu Kaio chamou a atenção dos outros partidos, que optaram em 2018 por várias chapinhas. Se naquela ocasião as duas principais chapas ficaram com 24 deputados federais, em 2018 elas deverão emplacar, juntas, treze parlamentares no máximo. As outras doze vagas serão distribuídas entre as demais chapinhas.

Além do mais, tivemos uma modificação na legislação que poderá beneficiar as chapas menores. Se em 2014 quem não atingisse o quociente eleitoral não disputava as vagas, agora teremos uma nova redistribuição das sobras, permitindo que as siglas nanicas possam emplacar deputados mesmo sem atingir o quociente, pois terão boas sobras.

Então diante do exposto, numa conta preliminar, o chapão liderado pelo PSB ficará com sete parlamentares, sendo seis eleitos diretamente e um na sobra. A chapinha liderada pelo PP, se Eriberto Medeiros for candidato a deputado federal, deverá eleger seis parlamentares, sendo cinco eleitos e um na sobra, no caso de Eriberto ser candidato a reeleição de estadual, a chapinha ficará com apenas cinco parlamentares.

O chapão da oposição liderado pelo PTB ficará com seis parlamentares diretos, não restando votos para garantir o sétimo na sobra. O diferencial do PTB em relação ao PSB é que o segundo possui um puxador em potencial, que é João Campos com perspectiva de até 250 mil votos, enquanto o PTB tem André Ferreira com no máximo 200 mil votos. Isso tende a permitir que o PTB fique com uma vaga a menos.

As chapas do PROS e do PT deverão eleger dois deputados cada. O Patriota elege de certeza um parlamentar, ficando uma vaga para ser distribuída entre as duas maiores sobras, que será disputada pelo Patriota e pelo PSL, que não deve atingir o quociente eleitoral mas disputará a sobra. Na hipótese de o PP fazer apenas cinco deputados por Eriberto Medeiros não ser candidato a federal, sobram duas vagas que ficariam uma com o Patriota e outra com o PSL.

Faltando pouco mais de 40 dias para a eleição, é pouco provável que haja alterações neste quadro, o que evidencia a pulverização das chapinhas e uma perspectiva de uma maior dificuldade na governabilidade do governador eleito, que precisará dialogar mais com as bancadas do que seria se houvesse apenas duas chapas com deputados eleitos como era antes de 2014. (Por Edmar Lyra)