Escalado pelo governador Eduardo Campos para conversar com os dirigentes de partidos aliados sobre o conteúdo programático que norteará a sucessão estadual, o secretário de Governo do Recife e presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, acostumou-se a ouvir sempre a mesma pergunta dos interlocutores: “Sim, mas quem foi que o governador escolheu para a disputa?”
O questionamento tem um motivo de ser. O grande número de cotados que surgiu fez com que a discussão girasse mais em torno de nomes que de propostas. As especulações geraram tamanho desgaste dentro do partido que o governador orientou dirigentes e auxiliares a silenciarem. A partir daí, estabeleceu um cronograma para ouvir aliados e depois anunciar o nome.
Com uma pasta embaixo do braço contendo as diretrizes programáticas definidas por PSB e Rede, Sileno vem ouvindo os partidos desde segunda-feira da semana passada. Ao Diario, disse que até a próxima quinta-feira terá o retorno das contribuições dos partidos. A partir daí, o governador definirá quem encabeçará a chapa. Os socialistas mais próximos ao presidenciável não descartam que ele seja adiado por mais uma semana.
A ansiedade dos partidos se dá porque eles acreditam que a consulta em curso é apenas protocolar e que o governador já escolheu o candidato, mas não quer passar a impressão de que não ouviu os aliados. Uma tese admitida por alguns socialistas. Para outros, ele está tendo dificuldade de escolher nomes porque o PSB, desde 1986 e com exceção de 2012, sempre teve como candidatos naturais Eduardo ou o ex-governador Miguel Arraes. A resposta padrão do governador a esse respeito, entretanto, também tem virado rotina: “Estamos discutindo programa de governo”.
Há até bolsa de apostas com o favoritismo oscilando entre os secretários estaduais Danilo Cabral (Cidades), Paulo Câmara (Fazenda) e Tadeu Alencar (Casa Civil), o vice-governador João Lyra Neto, o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e o ex-deputado federal Maurício Rands.
Saiba mais
Entenda o que está sendo conversado com os partidos antes da escolha do nome para a disputa do governo
Programa
O partido tem apresentado aos aliados as linhas gerais do programa construído em parceria com a Rede e que tem a sustentabilidade como uma das prioridades
Contribuições
Assim como o estabelecido para os outros estados, o PSB abriu espaço para que os partidos aliados apresentem sugestões para o programa destinado a Pernambuco
Base aliada
Eduardo Campos foi reeleito, em 2010, com o apoio de 15 partidos. Esse número cresceu para 16 com a entrada do PV no governo. Recentemente, PT e PTB deixaram base
Continuam
Permanecem na base aliada PRB, PP, PDT, PSL, PSC, PR, PSDC, PHS, PTC, PRP, PCdoB, PTdoB e PV.
(Diário de Pernambuco)