Magno Martins /Folha de Pernambuco – Uma das principais lideranças de partidos da base do Governo na Assembleia Legislativa, o presidente estadual do PP, deputado federal Eduardo da Fonte, rompeu o silêncio em relação à montagem da equipe e do Governo Raquel Lyra (PSDB). Embora o PP tenha a maior bancada na Alepe, oito deputados, o partido até o momento não foi contemplado com cargos.
“Acho que é uma coisa natural que cada gestor faz. Ela tem uma grande base na Assembleia, ela elegeu o presidente indicado por ela por unanimidade, coisa que não tinha acontecido há muito tempo na Assembleia. Isso mostra que ela está com apoio dos partidos, da política e, principalmente, com apoio do povo pernambucano, que está confiando que ela possa realizar um grande mandato e eu acredito que ela irá realizar um grande mandato, independente dessa questão de cargos. Raquel tem seu estilo, devemos respeitar e apoiar”, afirmou. Confira!
A votação do substituto de Ana Arraes no TCU foi bem apertada. Isso já era previsto?
O Congresso está em processo de acomodação. Havia candidaturas fortes e o resultado foi apertado. Ninguém teve maioria absoluta, mas o regimento diz que o mais votado sai por maioria simples e o deputado Jhonatan foi o escolhido.
Jhonatan de Jesus, eleito para o TCU, foi indicado e apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. A eleição dele foi uma vitória de Arthur Lira?
Sim. Começamos hoje os trabalhos legislativos e é importante que possamos nos concentrar na economia, porque precisamos retomar a geração de emprego, de renda e fazer com que a máquina ande para que possa diminuir as desigualdades, gerar renda e colocar comida no prato do povo brasileiro. É importante que o Congresso faça sua parte, destravando a pauta econômica, colocando como prioridade a agenda econômica no Congresso.
Quem será o líder do partido na Câmara?
Já foi escolhido, é o deputado André Fufuca, do Maranhão. Ele foi reconduzido.
Com o compromisso de o senhor ser o líder do partido no próximo ano?
Não. Não tem compromisso. Nós estamos dando prioridade a uma agenda econômica. Iremos trabalhar para apoiar o presidente da República, destravar a geração de emprego e renda.
Em Pernambuco, como o senhor está vendo o governo inicial de Raquel Lyra?
Começou muito bem e vamos acompanhar e ajudar. É importante que a classe política trabalhe em sintonia com a governadora para que possa dar sustentação, tanto na Assembleia, quanto aqui na Câmara. Nossa bancada, que é composta por oito deputados estaduais, vai ajudar, trabalhar junto com a governadora para desenvolver Pernambuco, gerar emprego e renda. Tenho certeza de que isso é a prioridade dos que querem o bem do nosso Estado.
O senhor acredita que pela experiência anterior de Raquel Lyra, de prefeita de Caruaru, vai priorizar o municipalismo?
Tenho certeza de que já está priorizando o desenvolvimento do Estado trabalhando em parceria com os municípios, que é importante para que os municípios possam gerar emprego, renda, trazer investimentos, novas indústrias, novos empregos, melhorar a infraestrutura. E é importante a experiência que ela teve como gestora municipal, como prefeita de uma das principais cidades do nosso Estado, que é Caruaru. Justamente por essa sensibilidade que tenho a certeza de que os prefeitos irão ter um tratamento diferenciado e um olhar voltado para uma parceria administrativa que é muito importante para que a gente possa desenvolver o nosso Estado, nossas cidades e, principalmente, melhorar a qualidade de vida do povo pernambucano.
Como o senhor vê essa questão de a governadora não abrir espaço em seu governo para partidos políticos?
Acho que é uma coisa natural que cada gestor faz. Ela tem uma grande base na Assembleia, ela elegeu o presidente indicado por ela por unanimidade, coisa que não tinha acontecido há muito tempo na Assembleia. Isso mostra que está com apoio dos partidos, da política e, principalmente, com apoio do povo pernambucano, que está confiando que possa realizar um grande mandato. Acredito que ela irá realizar um grande mandato.
No plano nacional, Lula abriu o Ministério para todos os partidos aliados e isso em Pernambuco não ocorreu. Lula foi mais pragmático?
Cada governador tem o seu estilo e isso é importante para que a gente possa fazer um voto de confiança, montar sua base de governo. O Estado está andando e vai andar e tenho certeza de que ela fará uma das melhores gestões à frente do Governo de Pernambuco.
A impressão que passa é que ela não quer compartilhar o seu governo com partidos aliados…
Não. Tem que ter a capacidade administrativa. Ela tem priorizado muito isso, como também os ex-governadores priorizaram. Agora, o estilo de dizer se a indicação é do partido a ou b, é uma coisa que não é prioridade. Prioridade é a máquina funcionar.
E o que o senhor diz sobre essa aposta de Raquel por um governo técnico?
Essa é uma aposta que todos os governos também fazem. Não é técnico ou político. Todo mundo que assume um cargo tem que ter capacidade técnica para assumir. E ela montou uma equipe competente, ela tem montado quadros chamados importantes e tenho certeza de que o Estado irá fazer as entregas necessárias à população.
Qual o pedido de Raquel ao senhor para ajudar o governo dela junto ao governo Lula?
A minha obrigação como deputado federal é ajudar o Estado de Pernambuco. Ela não precisa me pedir. Já estou aqui em meu quinto mandato desempenhando um trabalho em defesa do povo pernambucano e vamos trabalhar em sintonia com o governo dela, porque essa é minha obrigação como deputado federal e ela como governadora terá total apoio do nosso partido, dos representantes tanto do Congresso como na Assembleia Legislativa, para que a gente possa desempenhar e corresponder às expectativas da população. Essa é a nossa obrigação como representante do povo de Pernambuco no Congresso Nacional.
A Celpe (Neoenergia) vai continuar perdendo o sono com o senhor no Congresso?
É uma fiscalização permanente. Estamos iniciando o 5º mandato como deputado federal do nosso Estado e nesses 17 anos estamos cobrando respeito aos consumidores, estamos fazendo e pedindo as auditorias aos tribunais de contas, à justiça, para que os consumidores sejam respeitados. Houve avanços importantes na relação do consumidor com a Celpe (Neoenergia), mas a gente sabe que é um item que pesa muito no orçamento familiar. Mas continuamos aqui fiscalizando e exigindo respeito e uma tarifa mais digna dos consumidores de Pernambuco e consequentemente de todo o Brasil.