Em pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ressaltou ontem (17) a independência do Poder Legislativo.
Em cinco minutos, o peemedebista fez um balanço dos seus primeiros seis meses no comando da Casa Legislativa. O pronunciamento foi alvo de protestos em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Macapá e Palmas.
“A Câmara independente de hoje é um poder com mais iniciativa, conectada com as necessidades da população. Hoje, as principais demandas da sociedade é que estão pautando nosso trabalho e temos dado respostas mais rápidas para problemas urgentes, até porque a população não aguenta mais esperar”, disse.
Ele citou alguns dos noventa projetos e propostas de emenda à Constituição Federal que foram votados no primeiro semestre do ano, como a reforma política, a redução da maioridade penal e temas da área de segurança pública.
“Votamos projetos que combatem a impunidade, porque é ela que estimula o crime e o medo da população”, disse.
Cunha gravou o pronunciamento há uma semana, dias antes da denúncia do lobista Julio Camargo de que o peemedebista teria recebido US$ 5 milhões em propina, revelada nesta quinta-feira (16).
Ele negou a intenção de alterar o conteúdo do pronunciamento para poder se defender, porque o espaço deveria ser usado apenas institucionalmente.
Na capital paulista, moradores de bairros como Bela Vista, República, Jardins, Pinheiros, Itaim, Higienópolis, Vila Madalena, Barra Funda, Sumaré e Alto da Lapa fizeram “panelaço” durante o pronunciamento no qual o peemedebista apresentou um balanço de seus primeiros meses à frente da Casa Legislativa.
No Rio de Janeiro, moradores do Flamengo, Botafogo, Copacabana, Laranjeiras, Jardim Botânico e Cinelândia também bateram panelas durante o intervalo protagonizado pelo peemedebista.
As cenas também se repetiram em bairros do Recife, Palmas e Macapá.
Na sexta-feira (17), a hashtag “#CunhaNaCadeia” chegou ao topo dos trending topics – assuntos mais comentados- do Twitter no Brasil e foi a segunda mais compartilhada na rede social mundial.
Mais cedo, o peemedebista convocou um “aplausaço” em sua página do Facebook em reação a campanhas nas redes sociais que pediam um “panelaço” como forma de protesto contra ele.