A perspectiva de que o presidente conseguirá se livrar da denúncia de Rodrigo Janot, nesta quarta (2), não muda o fato de que o estrago causado pela crise política o obrigará a governar sobre novas bases. O PSDB, fiador da ascensão de Michel Temer, chegará ao fim do processo em frangalhos, profundamente dividido e com os cargos cobiçados pelo centrão. Este grupo, por sua vez, deixou claro ao Planalto que espera reconhecimento proporcional à fidelidade que apresentará no plenário.
A constatação de que o enfraquecimento do PSDB amplia a dependência do governo do centrão é apontada como principal fator de instabilidade de uma “nova era” com Temer.
O grupo é conhecido pelo apetite por cargos. Integrantes de siglas como o PP, PR, PTB e PSD, por exemplo, já dizem contar com uma reacomodação de cargos na Esplanada após a votação da denúncia.
O Planalto e seus aliados no Congresso passaram toda a tarde de ontem (1º), véspera da votação da denúncia, definindo quais ministros seriam exonerados para retomar o mandato na Câmara e fazer declaração pró-Temer no plenário. (Painel – Folha de São Paulo)