‘É um milagre eu estar vivo para contar essa história’, diz PM que venceu o coronavírus após ser desenganado pelos médicos

G1

O sargento da Polícia Militar Erico Rodrigo de Oliveira, 48 anos, passou a acreditar em milagres quando recobrou a consciência após 16 dias entubado respirando por ventilação mecânica na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Oswaldo Cruz, no bairro Vergueiro, Zona Sul de São Paulo. Ele está quase sem andar após ter a musculatura atrofiada por muitos dias na cama e o rim paralisou,.

“Fiquei inconsciente e quando acordei não me recordava nem de como vim parar no hospital. Quando eu recobrei a consciência não sabia onde estava e o que aconteceu… Os médicos e enfermeiras estavam muito surpresos com a minha recuperação e me disseram que eu quase morri. Em dado momento eu não apresentava melhora, cheguei a ser desenganado. Perdi 10 quilos. É um milagre de Deus eu estar aqui para te contar essa história.”

Erico recebeu alta na manhã desta quinta-feira (23), após 30 dias de internação. A família o aguardava do lado de fora do hospital com faixas e cartazes. Tânia Albanese, cunhada de Erico, diz que a família já esperava pelo pior.

“Nós choramos muito, muito…Você não tem noção de como choramos. No décimo oitavo dia o médico realmente desenganou porque o pulmão dele praticamente parou, ele estava 100% ventilado mecanicamente por aparelhos, os rins paralisaram… Aí nos disseram que se o organismo dele não reagisse ele viria a óbito nos próximos dois dias. Então a gente estava esperando o óbito. Graças a Deus … Deus reverteu, tem gente até mais saudável que não se recupera. Agora queremos comemorar esse momento.”

Erico conta que, no início, achou que fosse só uma gripe. Ele foi ao hospital quando sentiu dores no corpo.

“Sinceramente não achei que fosse Covid-19. O próprio médico me disse que tudo apontava para que fosse uma forte gripe, mesmo porque não tinha sintomas respiratórios. Três dias depois, os sintomas pioraram e voltei ao hospital e fui internado”, relembra o sargento.

A equipe médica de Erico fez uso da manobra prona, que coloca o paciente de bruços para combater a insuficiência de oxigênio no sangue dos pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo.

“Foi quando comecei a reagir, foi o que fez diferença para salvar a minha vida. Estou super grato pela forma humana que me trataram. Transcende um pouco a relação enfermeiro e paciente. Me atenderam com excelência. Nasci de novo. Agora quero abraçar minha família.”, relata.

Erico fará 15 dias de fisioterapia para recuperar a capacidade motora e a autonomia. Ele perdeu musculatura e a coordenação motora das pernas por ter ficado muito tempo deitado. Ele também teve de fazer fonoaudiologia por ter ficado muito tempo intubado.