“Quando pergunto para as minhas alunas na faixa etária dos 20, 25 anos se congelariam seus óvulos hoje, elas respondem que ainda são muito novas para pensar em gravidez”. A experiência de Paulo Serafini, professor de reprodução humana e diretor do Grupo Huntington, mostra à perfeição o cenário da reprodução assistida. Sim, sob ponto de vista social, pode até ser muito cedo para engravidar tão jovem assim. Sob aspecto biológico, porém, as coisas são bem diferentes. O relógio biológico feminino anda a uma velocidade bem maior do que se imagina.
A chance de gravidez natural antes do 30 anos, no auge da juventude, é de 30% – com ajuda da medicina é de 60%. Mas a queda na fertilidade cai vertiginosamente com o passar da idade, inclusive por métodos artificiais. Aos 40 anos, a chance natural é de 10% e, com tratamento, de no máximo 20%. Agora outra comparação: mulheres com menos de 30 anos representam apenas 10% das pacientes que recorrem às clínicas de fertilização. As de 40, 27%.
Um levantamento realizado pelo site de VEJA mostrou que a maioria das mulheres com mais de 40 anos que procuram tratamentos para engravidar acreditam que será fácil. “Muitas vezes, a alternativa para elas é a utilização de óvulos doados”, alerta Pedro Monteleone, diretor da Clínica de Reprodução Humana Monteleone e coordenador do Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas de São Paulo. (Continue lendo- Veja)