Partiu de um deputado federal pernambucano de primeiro mandato, Fernando Monteiro, da bancada do Partido Progressista, o primeiro questionamento preciso, duro, consistente, sobre a montagem do futuro ministério pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele não questiona o prestígio popular do novo presidente, tampouco a sua competência constitucional para nomear quem bem entender. Mas pergunta se realmente está correto ele não ter escolhido até agora nenhum ministro do Nordeste, mesmo tendo perdido para Fernando Haddad em todos os estados da região.
O deputado afirma que o futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, é um político gaúcho que não conhece esta região. Que a futura ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina, pode até ser desenvolta sobre o agronegócio, dado que é natural do Mato Grosso do Sul, mas não conhece os projetos de irrigação do São Francisco nem a zona canavieira nordestina. Monteiro não defende nordestino no ministério apenas para olhar suas bases eleitorais como fizeram muitos nos últimos governos, e sim para simbolizar a presença da nação dentro do governo.
Por isso ele acha que o presidente eleito até errando na montagem do seu time, que não expressa a representação do povo brasileiro no Congresso Nacional. O deputado gostaria de ver ministros com visão do País, já que uma das promessas do presidente eleito foi legar à população “Mais Brasil e menos Brasília”. O jovem parlamentar ainda não compreendeu bem o que significa isto, mas tem dúvida sobre sua eficácia sem nordestinos no ministério. (Inaldo Sampaio)